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“Tentamos um último respiro de consenso, mas foi refutado”

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Em entrevista exclusiva líder do governo na Câmara fala sobre administração do legislativo, diferenças das duas gestões

O cenário político em Nova Serrana tem se mostrado inconstante e ativo, e isso devido a um trabalho de oposição e situação que vem movimentando a cidade a partir de ações e reações ocorridas na Câmara de Nova Serrana.

No legislativo municipal uma batalha tem sido travada entre a atual administração de Nova Serrana, o presidente da casa e seu grupo de vereadores que tem hoje a maioria da casa.

A oposição tem se mostrado intensa e ativa contra o prefeito e os vereadores que participam da base do executivo. Essa rispidez tem sido notada no que tange a projetos, propostas, tratos e até mesmo cumprimento do regimento interno, sempre se instituindo de forma acentuada contra falas e indicações dos vereadores da base.

Nas últimas reuniões várias situações que inclusive, para o entendimento de alguns dos juristas que formam nosso corpo de orientadores e consultores, se caracteriza como descumprimento do regimento interno da casa.

Visualizando este cenário, na reunião extraordinária realizada na Câmara Municipal na última semana o ex-presidente da casa e hoje líder do governo entre os vereadores, Pr Giovani Máximo (MDB), se posicionou apontando que existem divergências de entendimento do administrativo, no que tange ao andamento dos trabalhos administrativos e legislativos da Casa.

Com esse paradoxo sendo lançado ao ar, esse Popular fez contato com o vereador e nessa edição de forma exclusiva traz a entrevista realizada com o vereador Pr. Giovani Máximo, expondo duas ideias e pensamentos sobre a política, administração e o andamento do legislativo municipal.

Jornal O Popular (OP): Pastor na sua gestão você foi em muitos momentos parabenizado pelos vereadores e até mesmo, promoveu ações como destinação de recursos para comprar veículos para a Polícia Militar. Como começou sua gestão no que tange a administração da casa?

 Pr Giovane Máximo (Pr. GM) Nós buscamos nos inteirar bem o que de fato a Câmara tem como custo fixo e dentro desse aspecto procuramos manter o que estava sendo trabalhado dentro do custo. Uma vez que cada administração tem uma maneira de enxergar, cada gestor pensa de uma forma, procuramos dentro de nossa equipe usar o dinheiro da melhor forma independente de pensar em sobrar valores, apenas administramos. A ideia central nossa à frente da casa era cuidar do povo de Nova Serrana e não dos vereadores, por isso cortamos as regalias que tinham na Câmara.

OP: quais diretrizes eram seguidas para promover essa administração dos recursos da casa?

 Pr.GM – Existem dois princípios básicos na câmara que é administração legislativa e financeira, então percebemos que em muitos momentos nós trabalhamos para ter uma consultoria na câmara de forma que pudéssemos ter uma visibilidade mais inteira do que é realmente a câmara no tempo que pegamos e nós não conseguimos esse feito justamente pelo aspecto administrativo financeiro e legislativo.

 OP: Essas mudanças, fazer esses cortes na carne trouxeram incômodos?

 Pr.GM: Esse sistema de administração afeta muito a questão interna da casa e isso não tem como não observarmos. Queríamos fazer o pente fino nas ações internas da câmara, porque para uma boa gestação temos que fazer uma boa estrutura interna. Conseguimos em alguns pontos, mas em questões que entendo ser relevante, no aspecto até administrativo da câmara, não obtivemos o avanço que desejávamos. Um dos grandes desafios de imediato é com a própria administração, no meu entendimento houveram entraves na legislação. Consultoria e auditoria são diferentes, o escopo da consultoria era dar um suporte maior para a administração, e equipe que atua. Eu creio que o dia que a Câmara tiver um serviço de consultoria independente, uma auditoria interna, não nos aspecto e descobrir o erro para culpar alguém, que é na verdade uma consequência, mas no aspecto de permitir maior resolutividade na casa.

 OP – Cite uma área que a seu ver poderia ser mudada?

Pr.GM – Creio que o sistema de licitação da Câmara pode melhorar, é usado preciosismo que não tem necessidade, quando parte para o principio ficamos como se estivéssemos cercando alguma coisa ou atrapalhando que o processo seja objetivo.

OP –  No sentido administrativo existem muitas diferenças do que era praticado para os dias de hoje? Como você avalia os conceitos de administração presenciados hoje?

Pr. GM – A questão da administração não querendo desprezar, mas eu penso que hoje qualquer tatú administra a Câmara. A estrutura, a instituição tem o corpo técnico bem formado dentro do que exige em uma administração legislativa. Se o gestor for alguém que não entende de nada ele terá um corpo que vai amparar. A questão diz mais respeito de quem está trabalhando na administração da Câmara. Os interesses pessoais não podem vir falar mais alto, o que diferencia uma gestão da outra é o gestor não estar atento no dia a dia do custo fixo do poder legislativo.

OP –  Houve problemas quanto a esses custos em sua gestão?

Pr.GM – Um dos problemas que tive com os servidores foi relacionado a progressão, cursos, às vezes me deparei com funcionários que faziam três cursos por ano. Era em um curto espaço de tempo, tivemos muita dificuldade nesse sentido. Avaliamos, sentamos, até para que o servidor pudesse dar retorno à instituição em trabalho pelo que ele aprendeu. No que diz respeito à administração financeira, estávamos sempre alinhando e estudando uma melhor forma de combater os benefícios sem tirar os direitos. Direito ninguém mexe, mas benefícios, as feneceis vão tomando lugar, privilégios vão chegando a partir do momento que o gestor não percebe isso.

OP –  Você falou na reunião sobre diferenças em despesas, possivelmente folha e benefícios pelo andar da conversa, as coisas caminham de forma muito diferente na Câmara nos dias de hoje; como avalia isso?

Pr. GM – Creio que houve algumas contratações, mais na forma do gestor pensar que ele tem o poder de decisão para executar os gastos e ele age da forma que pensa estar certo. Existem as realidades dentro dessa liberdade de ação por parte do gestor, mas a responsabilidade também não deixa de existir, elas virão no decorrer de cada ano, não quero entrar em polêmica, basta ver os números administrativos do primeiro semestre que isso é claramente respondido.

OP – Temos visto algumas ações que inclusive não são respondidas como legais ou não pelo regimento. Como você vê essas medidas do presidente?

Pr. GM – A verdade é que o regimento interno está obsoleto, ele tem duplicidade de interpretação, a nossa lei hoje se tornou devido às brechas quase que sem crédito, então hoje para termos o regimento como temos hoje, ele precisa ser restruturado justamente pelas linhas raciocínio de interpretação. Diante do conflito do embate é o presidente que decide.

OP –  Essas decisões tem sido coesas ao seu modo de ver?

Pr. GM  – O presidente tem que ter uma linha de conceito sem principio partidários. Se não for dessa forma a Câmara deixa de ser Câmara e passa a ser um partido, isso atrapalha o pensamento legislativo e é inevitável que não haja os conflitos, os embates, isso traz para nossa câmara, para o poder legislativo uma perda muito grande. Precisa haver discussões, debates dentro das questões, mas o legislativo tem perdido o povo, eles não têm tido ânimo para poder ir por falta de proposta, porque nem toda proposta boa é uma boa proposta, e por não perceber isso acontece os conflitos e até questões pessoais entram como diretrizes dentro do debate.

OP – Por falar em questão pessoal, você e outros quatro vereadores da base do prefeito foram apontados em rede social por não votarem a favor das emendas na LDO. Como vai proceder diante disso? 

Pr.GM – A LDO não tem como finalidade esse tipo de ação, ela é estudada e vai para plenário, e o assunto mais específico é o suplemento, a porcentagem suplementar que o legislativo vai estar trabalhando junto ao executivo. Não tivemos nem o mínimo de consenso, foi votado 5% por dotação, e não por orçamento geral. Em relação as emendas o que está propondo é saudável, já é um entendimento da necessidade para a cidade. Não sou contra a proposta mas a forma como foi feito. Não é a hora, as emendas não encaixam na LDO e sim na LOA.

OP – Se tratando do regimento e dessa votação a situação se tonou insustentável a ponto de que o presidente impediu a proposta de uma subemenda, afirmando que não seriam mais colocadas emendas em plenário? 

Pr. GM – A questão da subemenda é para que haja um consenso. A proposta que foi votada girava em torno do 5% por pasta, ele coloca o pé no pescoço do executivo, a nossa proposta na subemenda era que esse percentual fosse sobre a condição geral, isso iria facilitar e dar uma melhor condição de administrar a cidade de forma mais saudável. O regimento é claro quanto a liberdade de colocar a subemenda, ela é uma alternativa de consenso último, ela entra só em um nível onde saturou as discussões. Tentamos um último respiro de consenso, mas foi refutado. Ai manda quem pode obedece quem tem juízo, mas o fato não quer dizer que é realidade, verdade, necessário. A não aceitação da subemenda cabe recurso dentro do prazo de cinco dias.

OP – O que vocês pretendem fazer quanto a isso?

Pr.GM – Nos percebemos que existe um trabalho sendo feito para impedir a gestão atual, isso não é novo, percebemos que existe um dificultador. Quando o atual presidente fazer menção dos nomes dos vereadores, bom,  eu sempre falo que a cadeira no plenário pode representar um homem embriagado, parece que ali as pessoas falam o que devem e não devem sem pensar e depois que vai tendo as reações. Uma vez que dou nome crio um ambiente desconfortável, e estamos juntamente com os vereadores, tomando uma iniciativa com relação a esse posicionamento do presidente.

OP –  Para finalizar, você considera salutar esse cenário político da cidade?

Pr.GM – A meu ver uma administração só pode ser aprovada ou não no final da gestão. Temos a oposição que vai trabalhar sempre nos fatos mais críticos vivenciados na cidade, vejo que temos que avaliar porque nem tudo que oposição fala é ruim, ela é benéfica quando validamos e percebemos que tem pontos que devem ser trabalhados. Assim podemos crescer e levar a nossa cidade de forma melhor, Nova Serrana aguarda isso de dia a após dia.

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