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Minas registra aumento de 80% em mortes por pneumonia em janeiro

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Em janeiro de 2022, Minas Gerais registrou 2.517 mortes por pneumonia, um número 80% maior do que foi contalizado no mesmo mês do ano anterior, de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR). Houve ainda um, crescimento de 39% no número de óbitos por Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). As informações são do jornal O Tempo.

Embora tenha havido uma redução nas mortes associadas diretamente à Covid (queda de 62% em relação a janeiro de 2021), o grande aumento no número de óbitos por pneumonia e SRAG pode indicar uma subnotificação de vítimas pela variante ômicron.

No total, Minas registrou 16.504 óbitos em Minas Gerais, um aumento de 6,7% em relação a janeiro de 2021, que registrou 15.455 mortes no mês, e que já havia registrado crescimento de 32,74% nas mortes em relação a janeiro de 2020. De acordo com a Arpen, desde 2003 o Estado não registra um número tão alto de vidas perdidas, seguindo uma tendência nacional.

De acordo com o infectologista e professor da UFMG Unaí Tupinambás, essas mortes por outras doenças respiratórias podem, sim, estar relacionadas à Covid. “Muitas dessas mortes por pneumonia podem estar relacionadas a resultados falsos negativos para a Covid ou não fez um PCR. Afinal, janeiro não é um mês em que muitas pessoas morrem de pneumonia, é mais comum no outono e no inverno”, argumenta.

Para ele, a melhor forma de se observar o impacto da Covid na mortalidade de uma população é verificar o excesso de óbitos, porque muitas vezes a pessoa morre em decorrência do coronavírus, mas o resultado PCR não foi positivo.

“Já tem trabalhos que indicam que a melhor forma de medir a letalidade da Covid é o excesso de mortes em um continente, país ou localidade. E o que é isso? Você avalia as mortes que aconteceram em 2017, 2018 e 2019 e foram 100 óbitos, em média, por exemplo, e a partir da pandemia passou para 300, 400. A Covid influenciou nessas 200, 300 mortes a mais”, explica.

Os cartórios verificaram ainda crescimento nas mortes naturais por outras doenças em Minas: AVC (20%), Infarto (11%) e Causas Cardiovasculas Inespecíficas (30%). Também registraram crescimento as mortes por Septicemia (23%), Indeterminada (18%).

Morte fora da UTI

Um boletim publicado pela Fundação oswaldo Cruz nesta terça-feira (15) indica um número expressivo de mortes fora de unidades de terapia intensiva, o que poderia indicar um processo de desassistência em todo o país.

“Na maioria dos estados o mês de janeiro de 2022 apresenta, apesar de pequeno volume total de óbitos, um volume expressivo de óbitos hospitalares fora de UTIs, quando se considera o percentual de óbitos fora de uma UTI, o mês de janeiro de 2022 fica atrás apenas dos meses de maio e abril de 2020, o que configura desassistência”, diz o relatório.

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