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“Estamos vivendo nessa CPI mentira em cima de mentira”

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Após a apresentação de denúncia feita pelo vereador Willian Barcelos (PTB), apontando uma possível irregularidade com duplicação de notas de arrecadação no Hospital São José, a reportagem do jornal O Popular procurou o diretor do Conselho de Intervenção da Fundação Hospitalar São Vicente de Paula, vice-prefeito Nelson Moreto, que junto ao advogado Wuodson Pereira e ao diretor administrativo Henrique Andrade, recebeu nossa reportagem  com exclusividade para esclarecer todos os fatos denunciados.

Durante a entrevista o vice-prefeito de Nova Serrana não somente respondeu as denúncias publicadas por este Popular e encaminhadas ao Ministério Público, conforme informado por Barcelos, como também fez duras críticas a CPI que segundo apontado pelos representantes do Hospital, está gerando “situações que lesam a própria população”.

Por fim os membros ainda apontaram que todos os documentos já foram entregues a CPI. Ainda na entrevista o vice-prefeito Nelson Moreto disparou contra os trabalhos afirmando que “a CPI é um circo montado num palco com objetivo único e exclusivo de desconstruir a gestão” e ainda considerando que “estamos vivendo nessa CPI mentira em cima de mentira”.

Confira a seguir todas as perguntas e considerações feitas junto a essa reportagem em entrevista exclusiva:

O Popular (OP) – O vereador realizou denúncias sérias quanto a duplicidade de notas de arrecadação. A denúncia procede?

Nelson Moreto (NM) – Isso realmente foi um erro da gráfica, houve uma duplicidade de documentos, porém não há nenhuma ilegalidade, primeiro porque não é uma nota fiscal e é um documento interno do hospital. Temos inclusive uma declaração da gráfica relatando o que aconteceu da emissão desses blocos. Porem toda essas notinhas foram contabilizadas não gerando a mínima dúvida quanto a sua legalidade. Quando foi constatado já tinha sido utilizado o bloco e após ser identificado o erro o bloco foi descartado.

Henrique Andrade (HA) – Podemos ainda informar que houve a duplicidade no bloco 16301 ao 16350  a duplicação  aconteceu nas notas de arrecadação desses dois blocos.

(OP) – Esses blocos não são de notas fiscais, como acontece a emissão dos documentos fiscais por parte da administração do hospital?

(NM) – Todas as notas de arrecadação estão em nome das pessoas, com endereço e o serviço que foi prestado. Uma vez sendo gerada a notinha, é emitida uma nota fiscal de serviço ao final do mês.  Se a população solicita a nota fiscal ela é emitida após o atendimento.

(OP) – O fato de ser encontradas notas de arrecadação duplicadas, pode se entender que há na perspectiva do hospital o risco de fraude?

(NM) – Nunca vi uma situação de fraude com contabilização de duas notas que não são notas fiscais; é de arrecadação de controle interno. Que foi contabilizada com erro grosseiro do processo quando chegou à contabilização, foi dispensado o restante dos blocos que foi duplicado. Se pegar o livro caixa na recepção tem o registro das notas. Onde há fraude, suspeição de fraude, qual foi a suspeita, o histórico todo onde é isso, entregamos a contabilidade fechada com todas as notas registradas. A única suspeita é um erro de impressão que já foi confirmado pela gráfica inclusive temos a documentação da gráfica confirmando que houve o erro na impressão do referido bloco. Temos que lembrar também que a auditoria analisou e fechou as contas de forma favorável.

(OP) – Também foi afirmado que existe uma orientação de recebimento de serviços em dinheiro, essa informação procede e Porque?

(NM) – Como a CPI é um circo montado num palco com objetivo único e exclusivo de descontruir a gestão isso é mais uma mentira relatada na CPI, não existe nenhuma informação nesse sentido, e não há nenhuma restrição de recebimento.  Isso está sendo uma mentira com relação a orientação de recebimento em dinheiro, não temos nada nesse sentido e não sabemos de onde ele tirou isso.

(OP) – Ainda analisando os documentos que foram divulgados em nossa reportagem, foi constatado em uma das notas que o serviço de glicemia capilar foi cobrado o valor de R$ 30, sendo em farmácias encontramos o procedimento até por R$ 5, porque dessa discrepância?

(NM) – Quando se vai a um médico, se tem um custo de R$ 200 em uma consulta, quando se vai a uma farmácia, o farmacêutico não cobra para dar sua opinião. Nós como hospital temos um custo envolvido, tem a enfermeira que faz a glicemia, são uma série de processos. O fato de fazer o exame tem todo um custo. Temos três referências nas tabelas de precificação. Por exemplo, os convênios com Unimed e Saúde Vida, tem determinado que não se pode ter uma tabela particular abaixo do valor do convênio. Existem também diretrizes da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), tem o Brasíndice, que é o preço geral de medicamento, que traz o índice nacional de precificação, e tem critérios diversos.

(OP) – Foi colocado que faltaram cerca de 1.700 notas de arrecadação nos documentos encaminhados, isso procede?

(NM) – Essas notas foram entregues e estão todos os blocos em sequência; o que pode ter acontecido foi o fato de notas terem sido canceladas.

(OP) – Com relação aos documentos e blocos de notas de arrecadação, eles serão disponibilizados para a CPI?

(NM) – Não somos contra a CPI, a forma como está sendo feita que questionamos. Ninguém manipulou nada, se ele estivesse vindo aqui teria esclarecido na hora. Ontem [quinta-feira, dia 04 de julho] ficamos o dia todo por conta disso, tivemos que adiar reuniões por conta de fatos, essas situações presenciadas é recorrente.

Wuodson Pereira (WP) – Queremos ainda deixar claro que a documentação pode ser observada sim no hospital. As portas da fundação estão abertas para os vereadores; só pedimos que eles avisem com antecedência para que possamos separar a documentação solicitada.

(OP) – Então, caso os membros da CPI tenham objetivo de conferir os documentos, eles terão acesso ao mesmo aqui na fundação?

(NM) – Porque que estava negando documento para CPI, nós tínhamos uma CPI formada por quem? É a mesma coisa do Moro ser investigado pelos deputados. Em nossa CPI tínhamos os vereadores investigados, querendo investigar a CPI [paralelo feito aos vereadores investigados e afastados na operação Kobold]. Do estacionamento mandamos todos os dados, sobre o hospital falamos que somente com mandado por causa desse tipo de ação politica. A CPI é para analisar contrato público e não para avaliar se estamos servindo comida para paciente. Somos atualmente a única instituição com condição de prestar serviço com uma comida com o padrão hospitalar.

(OP) – Para o Conselho de Intervenção e Administração do Hospital São José qual a análise dada aos trabalhos que vem sendo feitos pela CPI?

(NM) – O que está acontecendo com a CPI, está sendo que ele descobre alguma coisa, acha que isso é algo de outro mundo e até hoje não vejo nada de concreto na CPI, e estou querendo que me mostrem e me provem que tem coisas erradas no hospital. Segundo ele disse em reunião que sabia o que tinha errado no hospital e viria aqui buscar e em 120 dias ele não soube o que buscar. Se é uma CPI séria e se suspeita de algo, que vá a fonte e investigue primeiro se o fato e concreto. Eu vou ao hospital aponto o que suspeito e se não estiver explicação, faço a denúncia no hospital, por estar sendo feita falcatrua. São 120 dias dessa brincadeira, são 15 mil documentos, agora eles querem saber quando começou a servir comida para os funcionários do hospital.

Isso gera impacto na imagem do hospital, que faz com que o hospital perca credibilidade, sendo que a instituição hoje busca recursos e formas de aumentar sua arrecadação. Isso gera uma situação intangível para a saúde de Nova Serrana, essa e nossa principal preocupação, dessa situação que é levantada sem nenhuma apuração real.

(OP) – Ainda sobre a CPI querem fazer alguma observação sobre os fatos?

(NM) – Eu questiono é o que o vereador já trouxe de benefício para ajudar o hospital. Ele está atrapalhando a população e o hospital. Temos projetos para recuperação financeira do hospital, e até isso pode atrapalhar. Quando entreguei os 15 mil documentos, eu pedi o resultado da CPI. Ele está solicitando documentos que estão lá na Câmara. A informação que estão solicitando agora já está disponível nos balancetes que já constam a informação. O vereador está precisando de legislar até hoje só estou vendo situação no sentido de denúncias e polêmicas,  no sentido cuidar do eleitor dele não vejo nada. A CPI tem sido eu suspeito de algo chamo a imprensa lanço no ar, e estamos vivendo nessa CPI mentira em cima de mentira. Consequências dos fatos da CPI são situações que lesam a própria população.

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