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Empresa mineira desenvolve em tempo recorde respiradores até 90% mais baratos

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Na corrida contra o tempo para ampliar a capacidade da rede hospitalar diante de uma das maiores pandemias dos últimos séculos, iniciativas podem evitar mortes provocadas pela falta de equipamentos essenciais no tratamento do coronavírus. Após 30 dias de trabalhos intensos, a empresa de tecnologia Tacom conseguiu desenvolver um respirador com custo até 90% inferior ao cobrado no exterior.

Com custo de R$ 15 mil, ante os US$ 30 mil cobrados hoje pelo mercado internacional – que ainda não consegue atender a alta demanda mundial após a explosão do número de casos –, o equipamento só foi criado devido a um projeto com investimentos de um fundo criado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para ações de combate à doença.

“Em um esforço junto com a entidade, as margens de lucro foram zeradas, e o equipamento está saindo apenas pelo preço de custo. Antes da pandemia, o preço de mercado era por volta de R$ 25 mil. É um projeto social lançado para buscar uma solução para eventuais perdas de vida por falta de respiradores nos hospitais”, conta o sócio da empresa Marco Antônio Tonussi.

E diante do alto déficit de respiradores para equipar novos leitos e hospitais de campanha, a capacidade inicial será de produzir até cem respiradores por dia – os insumos para a entrega dos 2.500 primeiros equipamentos já foi adquirida. E, até o final de maio, a expectativa é entregar mil para a rede pública de saúde – cada ventilador pulmonar pode salvar a vida de cinco pessoas por dia, conforme a empresa.

Agora, a expectativa é conseguir a homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária na próxima semana. “Viemos para São Paulo trazer o equipamento para o Instituto Paulista de Tecnologia (IPT), que vai fazer os testes que permitem solicitar a autorização para a Anvisa. Passando, está praticamente garantida a certificação”, conta.

De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, devem ser entregues, ao todo, 5.000 ventiladores em 45 dias para o governo de Minas Gerais, através desta e de outras ações. “Por uma série de motivos, o valor saiu bem abaixo do mercado. A empresa não tem visão de lucro, e houve um trabalho de eficiência para criar um equipamento muito bom”, acrescenta.

Tecnologia refinada

E não é por ser mais barato que a qualidade do equipamento sofreu alguma alteração – pelo contrário. Segundo Marco Antônio, a tecnologia é sofisticada e só foi possível de ser desenvolvida após o trabalho árduo de 35 engenheiros e outros profissionais. “Já passamos por muitas batalhas nesses 40 anos de empresa, mas nenhuma igual a essa. É um esforço grande e com uma série de coincidências que ajudaram o projeto a andar”, enfatiza.

Entre os diferenciais do respirador mineiro, que terá a produção final em Itajubá, no Sul do Estado, está o mecanismo que evita o vazamento de ar contaminado com coronavírus do próprio paciente pela máscara. Com isso, as chances de infectar os profissionais de saúde no ambiente hospitalar é reduzida. Além disso, a tecnologia do ventilador permite que os médicos e outros profissionais consigam monitorar até 25 leitos de pacientes com a doença ao mesmo tempo.

Outras iniciativas

Através de investimentos de quase R$ 120 milhões desde o início da pandemia através de recursos próprios e das indústrias associadas, a Fiemg tem apoiado diversas outras iniciativas em todo o Estado. “Estamos apoiando a produção de máscaras não só pelo Senai, mas por outros polos. Outra ação é a recuperação de respiradores, com mais de cem já entregues e o financiamento do hospital de campanha do Expominas”, explica o presidente Flávio Roscoe.

Também foram adquiridos 300 mil exames para detectar o coronavírus, índice quase 20 vezes superior aos testes já realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) nas últimas semanas. Os materiais devem chegar na segunda quinzena de maio e vão permitir testar a presença do vírus em 1,5% da população mineira – com isso, será possível verificar a real propagação do Covid-19 no Estado.

“Também estamos financiando o desenvolvimento de novos testes”, comenta Roscoe. É o caso da pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que utiliza a saliva para detectar o coronavírus, sem a necessidade de uso de reagentes.

Foto/Fonte: Flávio Tavares/O Tempo

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