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Economia

Dia Mundial do Café: bebida está 9,7% mais cara, mas quando ficará mais barata?

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Mercado espera safra melhor do que a anterior em 2023, mas preços ainda sofrem pressão devido a estoques baixos

Já tomou seu cafezinho hoje? Nesta sexta-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Café, mas comemorar está mais caro em 2023. Tomar um cafezinho fora de casa encareceu 9,73% nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta é mais que o dobro da inflação geral medida nesse período, de 4,65%. Mas como o preço deve se comportar nos próximos meses? Com informações de O Tempo.

Ainda há incerteza no mercado, que sofre diferentes pressões. A última safra foi prejudicada por fatores climáticos e elevou os preços. Agora, há expectativa de melhora na atual safra, segundo as primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Notamos que os preços, neste ano, estão menores do que no ano passado. O próprio mercado faz essa precificação, uma vez que há essa expectativa de uma safra ‘menos pior’, melhor que a do ano passado. Para o consumidor final, ainda não há expectativa de melhoria no curto prazo, uma vez que os estoques ainda estão baixos devido a dois anos de safras baixas”, resume a analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Carolina Gomes.

Em 2022, o café torrado e moído ficou 35,4% mais caro no varejo, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Houve leve redução do consumo: o Brasil consumiu 21,3 milhões de sacas de café entre novembro de 2021 e outubro de 2022, cerca de 1,01% a menos do que no mesmo período entre 2020 e 2021. Ainda assim, com a valorização da matéria-prima, a indústria do café faturou 54,6% mais em 2022 do que no ano anterior — R$ 23,5 bilhões.

Preço do café não afasta o consumidor das opções especiais

Mesmo com o café, em geral, mais caro, cafeterias de Belo Horizonte aproveitam um bom momento de interesse do consumidor por cafés especiais. O preço médio de 600 g de café comercial, encontrado nos supermercados de Belo Horizonte, é R$ 18,66, segundo levantamento mensal da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG. Já 250g da opção mais procurada na Academia do Café, cafeteria e escola de preparação e degustação, o Boia do Bruno, custa R$ 60.

“No começo da loja, em 2013, nosso público era bem limitado, porque as pessoas desconfiavam e não entendiam por que o café era tão caro. Hoje, temos um público que já vem aqui com informações e entendendo a nossa proposta. Aqui em BH, já temos muitas cafeterias que trabalham com café de qualidade”, pontua a sócia da Academia do Café, Júlia Fortini.

Como outras cafeterias de BH, a Academia do Café trabalha com produção própria e com outros produtores mineiros. Júlia conta que, na safra passada, 90% da produção de sua fazenda em Campos Altos, no Triângulo Mineiro, foi perdida devido às chuvas. “Não tivemos custos de colheita, mas tivemos custo de adubo e todos os cuidados para recuperar a produção”, conclui. Em Minas Gerais, as primeiras estimativas da Conab apontam crescimento de 25% de produção em comparação à safra anterior. Caso a expectativa se confirme, o Estado responderá por aproximadamente 50% da produção nacional.

Cafés especiais têm torra diferente (Rodney Costa/O Tempo)

O que é um café especial?

O que faz da bebida um café especial? O conceito é técnico: em uma gradação de zero a cem, estabelecida pela Associação de Cafés Especiais e pelo Instituto de Qualidade do Café, são os cafés que pontuam pelo menos 80. A sócia da Academia do Café, Júlia Fortini, detalha a diferença entre eles e os cafés tradicionais e mais baratos encontrados nos supermercados.

“Nada é desperdiçado quando se colhe o café. Colhemos o melhor, madurinho, e também o café que cai no chão, que está defeituoso. Esse resto se torna café comercial, que tem até outras coisas misturadas. O comercial é queimado porque, muitas vezes, tem impurezas, então, para tirar o gosto delas, é necessária uma torra em uma temperatura muito alta. Daí, vem essa cultura do café preto. Mas o café de verdade é marrom, translúcido, porque tem uma torra específica para ele”, destaca.

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