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Congados e Reinados são reconhecidos como patrimônio cultural de Minas Gerais

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Evento com danças, gastronomia e arte no Palácio da Liberdade marcou a oficialização do título

Quando construída, em 1897, a Praça da Liberdade, localizada hoje na região Centro-Sul de Belo Horizonte, tinha como objetivo homenagear a emancipação da República da Coroa Portuguesa. Hoje, cerca de dois séculos depois deste evento, um novo grito de liberdade foi dado: o reconhecimento dos Congados e Reinados como patrimônio cultural de Minas Gerais.

“Acho que esse palácio está mais livre hoje. E também mais protegido. Porque, pela força da lei e do reconhecimento do patrimônio histórico, a gente protege e reconhece essas expressões. Esse povo (do Congado e Reinado) está mais protegido, para que as manifestações que eles desenvolvem tenham, através da história, permanência”, pontuou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.

Na sexta-feira e no sábado (02 e 03 de agosto), os jardins do Palácio da Liberdade foram tomados por ternos – grupos de Congados e Reinados de Minas Gerais. Com seus tambores, chocalhos e outros instrumentos, além de indumentárias, 36 ternos cultuaram e professam a fé em São Benedito, Santa Efigênia e em Nossa Senhora do Rosário.

“Só hoje, muitas pessoas chegaram e perguntaram ‘o que é isso?’, ‘o que está acontecendo aqui?’, então, a gente explica. Eu acho que muita gente nem respeitava tanto porque não conhecia. Então é um reconhecimento para nós e para toda população”, afirmou.

História de luta contra o preconceito racial


Se antes, os ritos religiosos vindos do outro continente precisavam ser confundidos com os praticados pelos católicos, a cor da pele não nega a origem dessa cultura. Majoritariamente compostos por pessoas negras, o reconhecimento dos Congados e Reinados como patrimônio também escancaram um problema secular: o racismo.

Para o diretor de proteção e memória do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Adriano da Silva, o título de patrimônio cultural é um passo na luta anti racista.

O vice-governador do Estado, Professor Mateus, também destacou a significância deste marco na valorização da tradição e da ancestralidade negra no Estado.

“As primeiras festas de congado são do ano de 1697, conduzidas, obviamente, pelas comunidades escravas daquele momento. O reconhecimento e luta pela libertação, que inclusive compõem os enredos das congadas, é uma forma de reconhecer e valorizar o papel anterior e presente da cultura afromineira na formação do que é Minas Gerais. Então, eu tenho certeza que esse marco é uma forma de demonstrar a integração necessária deste Estado multicultural que é Minas Gerais, que os negros são parte importantíssima da construção da nossa história. Isso tudo mostra que eles foram, são e sempre serão parte da cultura de Minas Gerais”, afirmou o vice-governador Mateus Simões.

Segundo a Secult,  na próxima semana, será aberto um edital de afromineiridade. A pasta também prevê mapear o afroturismo do Estado.

  • https://www.otempo.com.br/cidades/2024/8/3/congados-e-reinados-sao-reconhecidos-como-patrimonio-cultural-de
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