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Com saída confirmada, Sampaoli se despede do Galo

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Jorge Sampaoli anunciou sua saída do Atlético. O contrato de Sampaoli com o clube terminaria em dezembro de 2021, mas será rompido para o treinador, ao que tudo indica, assumir o comando do Olympique de Marselha. Sampaoli informou a sua saída por meio de uma carta, divulgada por sua assessoria.

“Não houve um só dia no Atlético Mineiro em que abandonássemos nossa ideia sobre futebol. Este time teve a valentia de jogar dentro e fora de casa da mesma forma. Jamais renunciamos a pensar na trave do rival. O Galo colocou seu coração em todo o país. Isso me dá um orgulho impressionante. Desejo que seja uma ideologia que se mantenha no clube. O futebol brasileiro tem um talento infinito e me fez reencontrar com a beleza do jogo, algo que irá me marcar para sempre. Chegou o final. Na quinta, será a última partida”, disse em carta.

A decisão veio de Sampaoli. O presidente do Atlético, Sérgio Coelho, disse diversas vezes, mesmo antes da posse, sobre o desejo de manter o argentino no comando técnico do clube. Coelho dizia que o técnico é um dos melhores treinadores do futebol mundial na atualidade. Apesar de querer fazer uma renovação no clube, o técnico não era alvo da diretoria.

Os rumores de insatisfação do argentino começaram em janeiro de 2021, quando a equipe vinha de uma sequência ruim de resultados e a torcida organizada Galoucura realizou uma série de protestos contra jogadores e, principalmente, as escolhas do treinador. No dia 28 de janeiro, o Super.FC noticiou a insatisfação do treinador. Uma fonte ligada ao argentino disse: “até semana passada era seguro que ele continuaria, mas agora já não é”.

A fonte também informou que os protestos não seriam a causa principal e que existiam outras razões que o deixaram descontente. Outros fatores como reforços pedidos por ele que não chegaram, decisões internas com as quais não concorda, constantes atrasos no clube e as propostas do Galo para a próxima temporada teriam influenciado a decisão.

Apesar do clima mais tenso nas últimas semanas, o técnico Jorge Sampaoli foi a salvação do Atlético em 2020. Chegou ao clube depois de duas trágicas eliminações (Copa do Brasil e Sul-americana) e conseguiu reerguer a equipe. O time do Galo passou de um elenco sem perspectivas na temporada para um time que brigou até a reta final pelo título do Campeonato Brasileiro e garantiu uma vaga na fase de grupos da Libertadores.

O jeito mais agressivo do técnico do Atlético é uma característica marcante do treinador. Sampaoli, na beira do gramado, gesticula, grita e reclama, não importa o resultado do jogo.  Apesar da falta de carisma, o treinador ganhou, rapidamente, o coração dos torcedores. O seu jeito mais pilhado na beira do gramado chama atenção e demonstra força de vontade, além de realmente ajudar a empurrar o time.

Só que é exatamente esse jeito mais “brigão” no banco de reservas que prejudicou o treinador por muitas vezes.Muitas vezes, passa do limite. Desde que chegou no Galo, recebeu 12 cartões amarelos e um vermelho. Três advertências pelo Campeonato Mineiro e as outras quatro no Brasileirão.

O último amarelo é o responsável por deixar o comandante de fora de seu último jogo pela equipe. Contra o Sport, no domingo (21), Sampaoli recebeu o terceiro amarelo da sequência e ainda foi expulso. Com isso, fica suspenso e impedido de estar no banco de reservas do Galo na última partida da competição. O Atlético enfrenta o Palmeiras, nesta quinta-feira (25), no Mineirão.

A estreia do técnico no Galo foi pelo campeonato estadual, na vitória por 3 a 1 em cima do Villa Nova, fora de casa, em março. Aquela foi a última partida do Atlético antes da paralisação por causa da pandemia, por isso, o treinador não teve a oportunidade de comandar uma partida no Mineirão com a presença da torcida atleticana.

“Saio com a nostalgia de não poder ter dirigido com o estádio cheio. Sei que nos emocionamos muito. Queria viver os vídeos que tinha visto de uma torcida apoiando sem parar”, afirmou o treinador por meio da carta.

Alguns nomes são cotados para substituir Sampaoli no Galo. O mais forte é o de Renato Gaúcho, no Grêmio desde 2016. O Tricolor já teria até um pré-acordo com Tiago Nunes para substituir Portaluppi na equipe.

Cuca também poderia assumir o comando atleticano. O campeão da Libertadores pelo Galo em 2013 estava no Santos até o domingo (21). Saiu para a entrada do argentino Ariel Holan, anunciado pelo Peixe nessa segunda-feira.

O técnico português Leonardo Jardim o atual comandante do Ceará, Guto Ferreira, também estariam na lista da diretoria do Galo.

Veja a carta de despedida de Sampaoli na integra:

“O ano de 2020 foi duríssimo para a humanidade. Nós temos de ser criativos e quisemos construir um time que, ao passar na TV, fizesse esquecer a tristeza por um momento. Não nos propusemos simplesmente a ganhar: tentamos ser felizes.

Não houve um só dia no Atlético Mineiro em que abandonássemos nossa ideia sobre futebol. Este time teve a valentia de jogar dentro e fora de casa da mesma forma. Jamais renunciamos a pensar na trave do rival. O Galo colocou seu coração em todo o país. Isso me dá um orgulho impressionante. Desejo que seja uma ideologia que se mantenha no clube. O futebol brasileiro tem um talento infinito e me fez reencontrar com a beleza do jogo, algo que irá me marcar para sempre.

Chegou o final. Na quinta, será a última partida. Saio com a nostalgia de não poder ter dirigido com o estádio cheio. Sei que nos emocionamos muito. Queria viver os vídeos que tinha visto de uma torcida apoiando sem parar.

Quero agradecer a todo o clube. Aos jogadores, pela entrega. A todos os funcionários da instituição, por colocar a alma nesse projeto. Aos dirigentes, por nos dar grandes condições de trabalhar. À cidade, por nos tratar tão bem.

O Galo está destinado a brigar por grandes coisas. Sei que as vitórias virão. Gosto muito de vocês e desejo que sigam caminhando com o coração como guia.

Jorge Luis Sampaoli”

Fonte: por Giovanna Pires – Super.FC

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