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Saúde

Varíola dos macacos: dificuldade de diagnóstico clínico desafia profissionais

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“A maioria dos colegas médicos nunca viu um caso de monkeypox”. A fala do infectologista e membro do Núcleo de Tecnologia e Inteligência em Saúde (Nutis) da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig, Flávio Lima, revela o cenário da varíola dos macacos atualmente no Brasil. As informações são do jornal O Tempo.

Conhecida só por meio dos livros por grande parte dos profissionais e de difícil reconhecimento em uma consulta, podendo ser confundida com outras enfermidades, a doença ainda levanta questionamentos e inseguranças, sobretudo para parantes de casos suspeitos.

O Tempo mostrou que a mãe do bebê de 1 ano e 6 meses, que foi diagnosticado como um desses casos, viveu diversos desafios quando encaminhou a criança para atendimento médico, após apresentar manchas vermelhas no rosto e uma bolha na mão.

“O grande desafio no momento é o diagnóstico. Mesmo que não seja uma doença nova, para muitos é novidade. Há doenças de pele que podem causar lesões parecidas. Às vezes, as lesões  não são muito típicas, e cada médico pode pensar que é uma doença e cada um terá uma argumentação para isso”, diz Lima.

Segundo o especialista, há enfermidades que podem guardar algumas semelhanças com a varíola dos macacos, como catapora, sífilis e infecção de pele por bactérias. Para realmente comprovar a monkeypox, diz ele, apenas com exames específicos. Porém, lembra o profissional, como já há vários casos da doença no Brasil, é importante que os médicos realmente a tenham como possibilidade na hora de atender os pacientes.

A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, município onde o bebê de 1 ano e 6 meses foi diagnosticado como caso suspeito de varíola dos macacos, também destaca que o diagnóstico clínico é desafiador, devido às semelhanças da monkeypox com outras doenças.

“Os pacientes com suspeita são isolados e testados. Considerando que o diagnóstico clínico é difícil devido à similaridade com outras doenças que cursam com o aparecimento de lesões cutâneas, a investigação laboratorial é fundamental. Desta forma, é recomendado que sejam coletadas amostras de todo indivíduo que atenda a definição de caso suspeito”, afirma.

Tratamento

Além de o diagnóstico de varíola dos macacos ser desafiador, outra questão que envolve a doença diz respeito ao tratamento. Conforme ressalta o médico infectologista Flávio Lima, ainda não há nenhuma medicação específica contra a enfermidade no Brasil. Ele lembra, porém, que é importante ter cuidado com as lesões. “A ferida, geralmente, cicatriza espontaneamente”, diz.

A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem salienta que “o tratamento da monkeypox é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, sendo dor e o prurido os principais, além de prevenir e tratar complicações. A grande maioria dos casos tem boa evolução e não apresenta gravidade”.

Protocolo ajuda

Diante de todos os desafios, a Fhemig produziu o “protocolo clínico para orientações gerais, prevenção e controle do monkeypox (varíola dos macacos)”. De acordo com infectologista e membro do Núcleo de Tecnologia e Inteligência em Saúde (Nutis) da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig, Flávio Lima, atualizações no material serão feitas ao longo do tempo para auxiliar os profissionais. “Um protocolo sempre é muito bom. Quando ele existe, as ações presentes orientam a assistência dos profissionais de saúde”, afirma.

Quando o protocolo foi produzido, há cerca de dois meses, o secretário de Estado de Saúde e ex-presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, destacou a importância do documento em relação ao reconhecimento dos casos suspeitos e para ações de vigilância sanitária no Estado.

O material conta com informações gerais, incluindo às relacionadas a diagnóstico, medidas de precaução e isolamento, riscos potenciais, entre outros.

Foto: Shutterstock

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