Vale eleva barragem de rejeitos em Ouro Preto para nível 2 de emergência

A Vale anunciou na quinta-feira (13/1) que elevou de 1 para 2 o nível de emergência da barragem Área IX, localizada na mina Fábrica, em Ouro Preto, na região Central do Estado. A informação também foi confirmada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), que detalhou que não existe população a ser evacuada, já que a retirada dos moradores da área de risco já aconteceu “há algum tempo”. As informações são do jornal O Tempo.

A elevação no nível de emergência da barragem acontece no mesmo dia em que o município mineiro registrou um deslizamento decorrente das fortes chuvas que atingem a região, no morro da Forca, que acabou destruindo dois casarões históricos.

Conforme o órgão federal que monitora o setor, as equipes da ANM foram notificadas. “Trata-se de uma elevação na medida do piezômetro (equipamento usado para medir pressões estáticas ou a compressibilidade dos líquidos), devido ao intenso volume de chuva”, detalhou o órgão.

Procurada pelo jornal O Tempo, a Vale informou, por meio de uma nota, que a medida foi necessária após “alterações piezométricas na ombreira direita da estrutura, associadas às fortes chuvas que atingiram a região”. “A situação demanda estudos e ações corretivas, já iniciados pela companhia”, completa a mineradora.

Ainda conforme a empresa, a barragem Área IX está desativada e é contemplada no Programa de Descaracterização de Barragens da Vale. O volume atual da estrutura é de cerca de 640 mil metros cúbicos. Para se ter ideia, a barragem da Mina Córrego do Feijão, que se rompeu em Brumadinho, tinha um volume de 12,7 milhões de metros cúbicos.

“A estrutura encontrava-se com protocolo de emergência em nível 1 desde junho de 2020, iniciado em caráter preventivo, com estudos para o detalhamento de suas características e condições de segurança. A Vale informa que não há ocupação permanente de pessoas e não se faz necessária nenhuma evacuação adicional. A medida iniciada hoje não traz impactos à produção”, complementa a Vale.

A Área IX era uma das 14 “barragens-fantasmas” – estruturas que não estavam cadastradas nos órgãos competentes – descobertas em 2021 pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), todas da Vale.

Dique Elefante, em Rio Piracicaba, também subiu de nível

Além da barragem de Ouro Preto, outra estrutura da Vale também passou por alteração em seu protocolo de emergência nesta quinta. Em Rio Piracaba, também na região Central, foi iniciado o nível 1 do dique Elefante, localizado na mina Água Limpa, após “erosão na ombreira direita da estrutura, também associada às fortes chuvas na região”.

De acordo com a mineradora, já são executadas medidas corretivas no local. “O dique Elefante serve para contenção de sedimentos e está em processo de descaracterização. Sua construção deu-se pelo método de etapa única e seu volume de sedimentos atual é de cerca de 200 mil metros cúbicos”, detalha a empresa.

No local, também não há ocupação permanente de pessoas na Zona de Autossalvamento, assim como também não houve impactos na produção da Vale.

“As alterações nos níveis de emergência das duas barragens foram informadas aos órgãos competentes e às auditorias técnicas do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. As estruturas seguem monitoradas pelas equipes especializadas da Vale e pelos respectivos Engenheiros de Registro. A Vale permanece com a gestão e o monitoramento contínuo de suas barragens e estruturas geotécnicas”, finaliza a empresa.