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Calçados

Produção de calçados deve cair até 30% em 2020

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Os impactos da pandemia do novo coronavírus na produção de calçados podem fazer com que a produção do setor caia até 30% em 2020. A estimativa foi apresentada na última semana, durante o evento Análise de Cenários, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Pela primeira vez no formato on-line, o já tradicional encontro com economistas setoriais, contou com exposições do doutor em Economia e professor Marcos Lélis, e da coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, e foi assistido por mais de 200 pessoas.

Lélis ressaltou que os efeitos da pandemia estão sendo sentidos desde fevereiro, mas que houve um salto nos últimos dois meses. Segundo ele, a economia mundial deve cair mais de 3% em 2020, número que deve ser puxado pelos Estados Unidos (-5,9%) e pela Zona do Euro (-7,5%).

Diante disso, a China, que iniciou a reabertura da economia antes dos demais países, deve crescer 1,2%, se aproximando ainda mais dos Estados Unidos na liderança econômica mundial. “Uma saída para arrefecer a crise tem sido a injeção de moeda. As maiores economias mundiais têm feito isso. Até abril, estima-se a injeção de mais de US$ 18 trilhões no mundo”, explicou.

O doutor ainda ponderou que o Brasil tem resistido a adotar o mecanismo. “A economia tem mostrado que é preciso atuar, fazer política fiscal ativa. O próprio FMI tem orientado os governos a gastar mais neste momento de pandemia”, disse.

Na economia brasileira, Lélis apontou para uma estimativa de queda de 5,3% no PIB. “Em 2015/2016 tivemos uma queda de 7% e depois tivemos um crescimento médio de 1%. Ou seja, não nos recuperamos de uma crise e estamos caindo em outra”, ressaltou.

De acordo com Lélis, existe uma precarização da economia brasileira que se dá, especialmente, pela falta de investimentos, tanto público quanto privados, que registram queda de 49% desde 2014. “O Brasil já tinha uma estimativa de arrefecimento do crescimento antes mesmo do coronavírus”, lembrou.

Segundo ele, uma saída para diminuir os efeitos da crise seria a retomada do investimento público, que por sua vez estimularia as empresas. Lélis ressaltou que, com o Brasil caindo a taxa prevista em 2020, o desemprego pode atingir mais de 20% da população, número que dificultaria, ainda mais, a retomada econômica.

Efeitos diretos
Um dos efeitos diretos da pandemia tem se dado na Indústria da Transformação brasileira, que registrou um tombo de 10% em março, fechando o trimestre com queda acumulada de 3%. O uso da capacidade instalada no setor, segundo Lélis, já está em 57%.

No setor calçadista, especificamente, a queda foi de 29% em março, fechando o acumulado de -10% no trimestre, sempre na relação com igual período do ano passado.

Na sequência, Priscila detalhou a situação das fábricas de calçados, que devem ver a produção despencar mais de 70% em abril, considerado o ápice da crise. No semestre, a queda deve ficar entre 29,9% e 33,5%. Com isso, no ano a queda deve ficar entre 21% e 30%, o que significaria de 191 milhões a 265 milhões de pares a menos em relação ao ano passado. “Com o resultado, voltaríamos aos patamares de 16 anos atrás”, disse. O fato, embalado pela crise de vendas no mercado doméstico, responsável por mais de 85% das vendas do setor, deve resultar na perda de postos.

Até abril, conforme levantamento da Abicalçados, foram perdidos 31 mil postos em função das quedas na produção. Para o ano, a estimativa é de que o setor perda até 57 mil postos, caso a crise mantenha o ritmo atual. Em dezembro do ano passado o setor empregava 269 mil pessoas, número que pode fechar 2020 em 212 mil.

Além da queda no consumo doméstico, a Abicalçados também prevê uma quedas na exportações de calçados. Em 2020, os embarques devem cair entre 27,3% e 30,6%, ante 2019, fechando entre 89 milhões e 80 milhões de pares vendidos no exterior, pior resultado desde 1983.

Pleitos
A Abicalçados segue trabalhando em prol do setor calçadista brasileiro, reunindo informações junto às empresas, que servirão de insumo para a realização de pleitos junto ao Governo Federal. O objetivo é mitigar os efeitos da crise do novo coronavírus sobre o setor. Entre as principais bandeiras está a facilitação do acesso ao crédito e ampliação da MP 936, que flexibiliza os contratos neste momento de pandemia como forma de manutenção dos empregos e da saúde financeira das empresas.

Fonte: Abicalçados / Foto: Imagem Ilustrativa

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