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Economia

Oito em 10 consumidores iniciaram ano com dívidas

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Pesquisa realizada em janeiro pela fintech Acordo Certo revelou que 88% dos consumidores possuem dívidas e, desses, 57% afirmaram que está difícil suprir todas as necessidades básicas com a renda mensal. As informações são do Monitor Mercantil.

O estudo mostrou, ainda, que 32% dos consumidores entrevistados estão mais endividados neste ano do que no início de 2021. O que significa 4% de crescimento em relação ao ano passado.

O mês de janeiro registrou uma inflação acumulada em 12 meses de 10,38% e o salário mínimo não cresceu na mesma proporção. Ainda segundo o estudo, 51% dos consumidores entrevistados declararam que os gastos familiares aumentaram em 2021. Além disso, 53% concordaram que foi pior pagar as contas do dia-a-dia no ano passado, se comparado ao ano anterior. O mesmo estudo, no entanto, revelou que mesmo com dívidas, 31% dos entrevistados não encontram dificuldades para administrar as contas dentro do orçamento.

O levantamento da Acordo Certo mostrou um crescimento de 4% em 2021, se comparado ao ano anterior, de pessoas que afirmam estar com mais dificuldades financeiras. Em contrapartida, houve um crescimento de 6% de pessoas que pretendem fazer mais compras, mesmo endividados, mas 26% dos entrevistados responderam que começaram a fazer um planejamento financeiro, o que demonstra o comprometimento com suas finanças e a vontade de quitar as dívidas.

O consumidor possui uma perspectiva bem definida sobre o que esperar para este ano. Do ponto de vista pessoal, 49% têm a expectativa de melhora financeira. Entretanto, não acreditam que o mesmo acontecerá a nível nacional – 45% acha que a situação econômica do Brasil vai piorar em 2022. Os consumidores enxergam uma luz no fim do túnel com as facilidades que encontram para quitar suas dívidas. 44% estão otimistas no que diz respeito à facilidade de fazer os pagamentos. Porém, esse número ainda é 3% menor que o ano anterior.

Seguindo a linha do que vimos no ano anterior e de olho na inflação (impacto direto no dia-dia como supermercado e alimentação em geral), 38% dos entrevistados esperam mais aumentos dos gastos da família em 2022. Ou seja, houve um crescimento de 7% em relação à percepção do ano anterior.

A pesquisa, virtual, foi realizada entre os dias 19 de janeiro a 1º de fevereiro, com 1.385 pessoas cadastradas na plataforma da empresa.

Já de acordo com a plataforma Meu Acerto, quase metade dos consumidores inadimplentes (46%) não se planejam para o futuro, olhando apenas para como vai ser o próximo mês.

De acordo com a última edição da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o nível de endividamento médio, em 2021, foi o maior em 11 anos, com média de 70,9% das famílias brasileiras endividadas.

Segundo a pesquisa realizada pela Meu Acerto, a renda declarada da maior parte dos inadimplentes fica entre R$ 1.000 e R$ 3 mil (próximo de dois salários mínimos no total) e indica que 56% dos entrevistados são das classes D e E – com faixa etária entre 21 e 40 anos e maior significativa nos 30 anos de idade. A grande maioria deste público, que é dividido entre 62% de homens e 38% de mulheres, estudou até o ensino médio (38%) e 35% possui formação superior. Além disso, 51% estão solteiros, mas quando o assunto é família, 48% declaram que não possuem filhos.

O trabalho formal (com carteira assinada) é o mais expressivo dentro dos entrevistados, chegando a 46%. Sobre os serviços financeiros mais utilizados, o cartão de crédito foi apontado por 90,1% dos entrevistados, seguido pela poupança, produto financeiro mais utilizado por 32,8% do público. Entretanto, os investimentos e os seguros têm ganhado espaço como opções mais confiáveis e estáveis, do que os produtos tradicionais na visão dos endividados.

Quando o tema é a localização, que concentra a maior parte dos inadimplentes, a região sudeste é a mais representativa. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são considerados os três estados com o maior número de endividados no Brasil, até pela quantidade de pessoas reunidas no local.

Quando questionados sobre saúde financeira, apenas 7% dos entrevistados afirmaram possuir bem-estar e 42,1% não utilizam nenhuma ferramenta de organização. Não se trata apenas de economizar. Mas sim, de ser capaz de tomar decisões estratégicas sobre o uso do seu próprio dinheiro.

A educação financeira é a base para que as pessoas encontrem formas adequadas de ter o tão sonhado bem-estar financeiro e atingir metas como: guardar dinheiro (que é o maior desejo de 58,6% dos entrevistados) e se libertar das dívidas (apontado como prioridade por 57,1% dos consumidores respondentes da pesquisa).

Enquanto buscam entender cada vez mais sobre como mudar sua situação financeira, os brasileiros continuam apostando em benefícios, sendo que o mais utilizado nos últimos anos foi o cashback, apontado por 50% dos entrevistados. Em segundo lugar, ficou o cupom de desconto, benefício utilizado por 43% dos consumidores.

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