Política
Candidatos vivenciam problemas com redes sociais
Whatsapp bloqueia candidatos que perdem contatos e enfrentam dificuldades em promoverem suas campanhas pela web
Em plena campanha eleitoral, candidatos enfrentam dificuldades em utilizar aas redes sociais. As empresas com suas regras de utilização tem banido perfis e cancelado utilização dos aplicativos de candidatos por todo o país.
Em Nova Serrana o vereador Professor Willian Barcelos (PTB), candidato a deputado federal por Minas Gerais teve nesta semana a infeliz surpresa. Com milhares de contatos de apoiadores em seu telefone, distribuídos em mais de 600 municípios, o candidato recebeu a informação que o seu número teria sido cadastrado em outro aparelho.
Segundo o parlamentar, após alguns minutos, chegou uma mensagem de banimento. Willian, no entanto, acredita que o banimento foi causado por ele ter sido alvo de militantes contrários à sua candidatura.
Segundo o vereador em contato com o suporte, representantes disseram que ele estava sem acesso ao WhatsApp no momento e que estariam trabalhando para atender o seu pedido. O que não se confirmou. Pois mais tarde veio outro e-mail dizendo “recebemos um alto volume de reclamações sobre a sua conta. Nós não podemos liberar informações a respeito destas reclamações, pois seria violação de privacidade do usuário”.
Candidatos no NOVO também foram banidos
A exemplo de Barcelos alguns candidatos do partido NOVO, mais especificamente a deputado federal Vinicius Poit e o deputado estadual Daniel José, também tiveram listas de transmissão do WhatsApp apagadas e seus números banidos do aplicativo a dois dias do início da corrida eleitoral.
Ambos, assim como o vereador Professor Willian, disseram que foram informados por uma mensagem automática do aplicativo: “Seu número de telefone está banido de usar o WhatsApp, por favor contate o suporte para assistência”.
Palavras do candidato
Na perspectiva de Barcelos o que houve foi uma “safadeza”, e segundo o legislador a rede social ganhou um inimigo. “O Brasil, definitivamente, não é um país sério. Aí vem um aplicativo, que hoje se acha dono do Planeta, e toma decisões sumárias. Precisamos rever o marco da internet no país. O WhatsApp ganhou um inimigo mortal. Vou fazer de tudo para que ele cumpra as normas previstas na constituição, que incluem a ampla defesa, o contraditório e a liberdade de expressão”. Disse Willian.
Ainda disparando contra a ação da rede social, o vereador afirmou ser “lamentável que um aplicativo de tamanho alcance tome decisões sumárias, com base em denúncias, sem ao menos notificar previamente o usuário. Mas podem ter certeza, isso vai mudar”. Disparou o professor.
Barcelos ainda questionou os critérios de privacidade da rede social. “Tínhamos uma lista de contatos de pessoas que voluntariamente se inscreveram para receber informações de nossas páginas nas redes sociais. Quem não quisesse ver as mensagens, era só bloquear o número. Ocorre que militantes contrários à renovação política se cadastraram para ter acesso ao conteúdo e denunciar publicações, que segundo ao WhatsApp são criptografadas. Se são criptografadas, como sabem que violaram suas políticas ou termos de serviço”? Questionou.
Por fim Willian ainda apontou que campanhas mais humildes e transparentes são prejudicadas com medidas como essas. “Estamos nas mãos do Facebook e do WhatsApp, que através de dark posts e outras estratégias, incluindo-se denúncias de venda de perfis de comportamento, manipularam eleições pelo mundo. Hoje, os candidatos com campanhas mais humildes ou parcas em recursos se veem impossibilitados de enviarem suas mensagens, ainda que impulsionadas. Criaram uma série de dificuldades. Porém, tenho pedido aos apoiadores que compartilhem nosso conteúdo. Queremos dar uma resposta nas urnas”. Finalizou.
Ministério Público
Diante da denúncia essa reportagem buscou junto ao Ministério Público Eleitoral (MPE) em Nova Serrana um posicionamento sobre os bloqueios e ações consideradas ilegais pela perspectiva eleitoral.
Segundo o promotor de justiça eleitoral, Dr. Alderico Carvalho Junior, por parte do MPE de Nova Serrana ainda não houve nenhuma denúncia ou procedimento tomado quanto a utilização das redes sociais. “Quanto ao bloqueio citado, não partiu de ação minha, também desconheço ação da justiça eleitoral nesse sentido”, disse o promotor.
Ainda segundo Dr Alderico, “há algumas regras para propaganda por internet, que não pode ser paga, por exemplo, ou feita de maneira subliminar. Telemarketing, mesmo que através do WhatsApp também está vedado. Temos ciência ainda que é política geral do WhatsApp, e não apenas referente ao eleitoral, bloquear números que disparam spams (por exemplo comercialmente), assim o WhatsApp identifica se um número tá enviado à mesma mensagem pra um determinado número de contatos, identifica como spam e bloqueia os números que encaminham as mensagens”, ponderou o promotor.
Rede social
A colocação do promotor vem de encontro com as políticas da empresa. Segundo divulgado pelo portal UOL, nos termos do WhatsApp, são vetadas diversas práticas que podem te colocar em apuros. Entre elas, estão violar direitos do WhatsApp ou de usuários, ações ofensivas raciais ou étnicas, incitação a crimes e envio de vírus, entre outras.
Pelos termos da rede social é proibido enviar mensagens em massa ou mensagens automáticas. A ação é praticada por usuários comuns, seja para repassar correntes, mensagens falsas ou até propagandas.