Conecte-se Conosco

Política

Por “falta de votos”, pedido de cassação do vereador Willian Barcelos é rejeitado pela câmara

Publicado

em

Após acusações e palavras fortes lançadas contra o vereador Willian Barcelos, presidente rejeita pedido de cassação por entender que não teriam quantidade de votos para retirar vereador do legislativo

Foi realizado na última sexta-feira, dia 20 de julho, a 4ª reunião extraordinária da Câmara de Nova Serrana. A solenidade marcada durante o recesso dos legisladores, teve como pauta a aceitação ou não de denúncia referente a quebra de decoro parlamentar e pedido de cassação do vereador Willian Barcelos PTB.

A denúncia apresentada na reunião teve como origem declarações realizadas pelo vereador em rede social, quando então chamou os vereadores da casa de Picaretas, por terem aprovado o projeto de lei 072/2018, que autoriza a Câmara Municipal a fornecer o auxilio alimentação para todos os servidores do legislativo e do executivo municipal.

O benefício na ordem de R$ 120,00 beneficiaria inicialmente mais de 75 servidores do legislativo e custará aos cofres públicos aproximadamente de R$ 260 mil até o final da atual legislatura.

 Denúncia

A denúncia foi apresentada por nove servidores da Câmara de Nova Serrana que afirmaram no texto apresentado aos vereadores, com matérias veiculadas pelo jornal O Popular em Anexo, que o ato praticado fora do plenário é de “conduta desonrosa em relação aos demais parlamentares e com a própria instituição Câmara Municipal de Nova Serrana”.

Outro ponto exposto na denúncia referia ao fato de que o vereador “sequer compareceu à sessão ordinária de 17/07/2018, na qual o projeto de lei do auxílio alimentação foi votado”.

E ainda “ao designar por picaretas os vereadores desta casa, o denunciado chamou a todos de pessoas desonestas, aproveitadores e que não condiz com a verdade. A ofensa lançada pelo denunciado denegriu a imagem e a dignidade desta Câmara Municipal, atingindo não só os vereadores, mas também os servidores do legislativo” expõem a denuncia.

Quórum

A reunião, no entanto não foi apreciada por todos os vereadores. Ao início da sessão extraordinária cinco vereadores se fizeram ausentes, sendo eles Pr. Giovane Máximo e Jadir Chanel (MDB), Juliano da Boa Vista (PSD), Wantuir Paraguai e Ricardo Tobias (PSDB) e o denunciado Willian Barcelos.

Com exceção de Barcelos, todos os vereadores ausentes são considerados da base do governo, inclusive o vereador Ricardo Tobias (PSDB) que votou favorável ao projeto 072/2017.

Desta forma a reunião foi realizada com o quórum estabelecido pela lei 2001, de 17-02 1977 exigindo a maioria presente dos 13 vereadores, o que aconteceu já que a reunião contou com sete vereadores presentes.

 Posicionamento dos presentes

Após ler a denúncia a palavra foi aberta para os vereadores que não pouparam palavras contra o vereador Willian Barcelos e os demais edis que não se fizeram presentes na reunião extraordinária.

No discurso de todos os vereadores foi ressaltado que o intuito de Barcelos seria promover sua campanha política para deputado federal e críticas diretas ao vereador vindas de todas as formas pelo presente foram ditas em plenário.

Iniciando os discursos o vereador, Gilmar da Farmácia (PV) afirmou que as acusações de Barcelos não foram para ele. “Eu acho que se ele falou um bando de picaretas à carapuça não serviu pra mim. Sou um homem que tem trabalhado e sou honrado. Acho que ele deveria jogar mais limpo se ele quer fazer isso em prol da pré-candidatura para deputado federal que faça como outros que não tem precedente de trabalhar com falsa testemunha. Os vereadores que entenderam que o projeto era bom votaram sim, os que não, votaram contrário e os que não tiveram coragem para manifestar sua opinião não vieram ao plenário”. Pontuou

Já Chiquinho do Planalto (PSD) foi mais incisivo em suas declarações e afirmou que gostaria que Willian estivesse presente para falar na cara dele quem é homem de verdade. “Eu gostaria muito que se ele fosse macho que tivesse aqui nessa cadeira para eu falar olho no olho dele. Ir para as redes sociais e falar, é muito fácil. A cara de pau dele é tão grande porque semana passada ele me falou no corredor que não viria, estava de caso pensado. Os outros foram machos vieram e votaram conforme sua convicção. A partir do momento que a pessoa vai para rede social falar de vereador isso não é papel de homem macho. Mais uma vez ele mostrou a falta de respeito com a população de Nova Serrana, onde está ele aqui? Gostaria que fosse retirado o dia dele e dos demais vereadores que estavam aqui e saíram no inicio da reunião”. Disse Chiquinho

Ainda segundo Chiquinho do Planalto, Willian deveria ser cassado. “O vereador que falta sabendo que tem reunião, ele que não é homem é um babaca. Foi na rádio e falou para os vereadores não comparecerem na reunião. Ele não gosta de nós vereadores, não gosta de pobre, ele é pré-candidato, meu gabinete é de frente ao dele e ele ainda não teve coragem de me pedir apoio. Ele já nos chamou de analfabetos. Estamos cansados dessa hipocrisia. Ele ainda vai escutar, com certeza deve estar ouvindo e achando graça da gente e dos que estão aqui presentes. Ele tem que ser cassado, meu voto é sim. Tem que casar, sim, tem muito vereador frouxo aqui que não tem coragem de votar”. Afirmou o vereador.

Seguindo o discurso em direção a Barcelos, o vereador Adair da Impacto (Avante) chegou a fazer cobrança de dividas pessoais em plenário. “Quando ele fala que não precisa de vereança, ele desprestigia o voto que recebeu. Nosso primeiro encontro foi em 1995 quando eu vendia livros, vendi um dicionário em sete pagamentos de R$ 23,00, eu ligava para cobrar e nada, ia na casa na rua Leonardo Azevedo e nunca pagava, ficou cinco anos com o nome sujo e nunca pagou. Veja se uma pessoa dessa tem caráter para falar de mim, do vereador Chiquinho com vários projetos importantes para o município”. Expôs Adair.

Após todos os vereadores presentes se pronunciarem com discursos e tons semelhantes o presidente da casa tomou a palavra após fazer várias críticas a Barcelos e aos vereadores que não estavam presentes na reunião afirmou que não iria receber a denuncia de cassação. “Não vamos acatar o pedido porque não vamos ter número de votos para realizar a cassação, não vamos gerar esse desgaste, não vamos dar a ele mídia, porque essa Câmara tem coisa importante para tratar, e temos que fazer às vezes do executivo. Nossa cidade precisa de políticos sérios e honestos”. Finalizou Osmar Santos.

Quem foram os denunciantes

De um total de 79 servidores que podem ser beneficiados com o auxílio alimentação, apenas nove assinaram a denúncia de quebra de decoro contra o vereador Professor Willian Barcelos, que chamou os vereadores favoráveis à concessão do benefício, de picaretas.

Deste, o que ganha menos teve remuneração no mês de junho, acrescida das vantagens pessoais ou eventuais, de R$ 2.965,83, para uma jornada de seis horas. Os outros oito  tiveram vencimentos superiores a 4, 5 e 6 mil reais no mesmo período.

Somados seus vencimentos com as vantagens, o dispêndio da Câmara com tais servidores foi de mais de 42 mil reais no mês passado. O que na visão do vereador Wiliian Barcelos não justifica o pagamento de auxílio alimentação para tais servidores.

 

SERVIDORES DENUNCIANTES
Nome Cargo Honorários Benefícios Total Recebimento
Roberto da Cruz Gois Chefe da Divisão Legislativa R$ 5.041,59   R$ 5.041,59
Roger Caetano Dias de Souza Técnico Legislativo R$ 3.525,79 R$ 705,16 R$ 4.230.95
Orlando Nunes Lopes Agente Legislativo R$ 2.861,80 R$ 1.949.33 R$ 4.811.13
Erenice Alves de Souza técnico legislativo de pessoal R$ 4.133,44 R$ 2.066,72 R$ 6.200,16
Poliana Gomes Andrade assistente técnico legislativo R$ 2.696,21 R$ 269,62 R$ 2.965,83
Márcio Antônio Ferreira Agente Legislativo R$ 2.861,80 R$ 1.139,00 R$ 4.001,10
Átila Quintão Zeferino Técnico Legislativo $ 3.561,05 R$ 1.068,32 R$ 4.629,37
Paulo Giovane da Costa Agente Legislativo R$ 3.321,80 R$ 1.328,72 R$ 4.650.52
Daisy Aparecida Moreira Contadora R$ 5.092,01 R$ 1.018,40 R$ 6.110,41

Errata

Esse Popular vem através desta errata retificar uma informação repassada na edição de 1501, veiculada no dia 20 de julho de 2018.

A informação de valores referentes aos gastos com o benefício de auxilio alimentação não são de R$ 540 mil, conforme informado na matéria, mas sim de R$ 264.480,00.

Essa redação pede ainda desculpas pelo equívoco e se compromete a permanecer atenta aos detalhes e informações com a maior veracidade possível para que a população tenha o conhecimento integro e real dos dados repassados pelo Jornal O Popular.

Publicidade
Publicidade

Política