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Médico de passista que foi operar útero e teve braço amputado se apresenta à polícia

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Passista da Grande Rio teve braço amputado após cirurgia de útero - Reprodução / TV Globo

Alessandra dos Santos Silva foi internada para retirar um mioma no útero; paciente afirma ter sido vítima de erro médico

O médico ginecologista de uma paciente que foi internada para retirar miomas uterinos e teve o braço amputado, no Rio de Janeiro, se apresentou voluntariamente à polícia no início da tarde desta terça-feira (25). O médico Gustavo Machado prestou depoimento ao Delegado Bruno Henrique, responsável pelas investigações, para explicar o que teria acontecido durante o procedimento. Com informações de Itatiaia.

De acordo com o delegado, o médico disse que a cabelereira e passista Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, precisou realizar uma histerectomia – remoção completa do útero, após um agravamento durante a cirurgia de retirada dos miomas. O procedimento foi feito no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio.

O médico explicou que no pós-operatório a mulher teve um problema vascular. Ela precisou ser encaminhada para o Instituto de Cardiologia Aloyzio de Castro, especializada em atendimentos vasculares. No segundo hospital, houve a amputação do braço esquerdo da paciente.

A Polícia Civil do Rio pretende ouvir ainda o médico que realizou a cirurgia de remoção do membro para entender como Alessandra chegou ao hospital, qual era seu estado de saúde e como a equipe médica decidiu pela amputação. A polícia também vai ouvir o médico responsável pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI) do primeiro hospital, ainda nesta terça-feira (25).

Os investigadores estão com todos os prontuários do Hospital da Mulher e aguardam o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que poderá comprovar se a amputação foi resultado de um erro médico.

Segundo os familiares, eles não foram informados destes agravamentos no estado de saúde da paciente. Para eles, não há explicação para Alessandra entrar em um hospital para retirar os miomas e sair sem o útero e o braço esquerdo.

A polícia ainda aguarda os prontuários das outras unidades de saúde e espera ouvir os profissionais de saúde que participaram dos procedimentos.

Entenda o caso

A cabelereira Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, foi internada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio, para retirar miomas no úteros (tumores benígnos), no dia 3 de fevereiro. Uma semana depois do procedimento, a mulher teve o braço esquerdo amputado.

Alessandra, que também é passista da Grande Rio, procurou uma unidade de saúde em agosto de 2022 ao sentir dores e ter sangramentos. Exames indicaram que a mulher tinha miomas uterinos que precisavam ser retirados. Alessandra conseguiu agendar a cirurgia apenas para fevereiro deste ano.

Após a retirada dos miomas, os médicos detectaram uma hemorragia. Alessandra foi submetida, na noite do dia 3 de fevereiro, à retirada completa do útero.

Dois dias depois, os familiares foram visitar a passista e perceberam que os dedos da mão esquerda estavam escuros e que os braços e pernas da mulher estavam enfaixados. No dia 6 de fevereiro, Alessandra foi transferida para o Instituto de Cardiologia Aloyzio de Castro, em Botafogo, na zona sul do Rio. O braço esquerdo já estava totalmente escuro e precisou ser drenado.

A drenagem não deu certo e a passista teve o braço amputado no dia 10 de fevereiro para evitar um agravamento da necrose. A paciente ainda teve outras complicações após a retirada do membro – o rim e o fígado pararam de funcionar. Alessandra melhorou alguns dias depois e teve alta no dia 15 de fevereiro.

A mulher ainda precisou ir para o Hospital Municipal Souza Aguiar tratar uma infecção nos pontos da primeira cirurgia. A família de Alessandra registrou Boletim de Ocorrência e o caso é investigado pela Polícia Civil e Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio emitiu uma nota, por meio das redes sociais, se solidarizando com a vítima. A agremiação disse que está acompanhando o caso da passista e unirá esforços para conseguir justiça para Alessandra.

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