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Internacional

FBI prende 10 brasileiros por golpes contra o sistema financeiro dos EUA

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FBI prendeu na última sexta-feira (7/5) um grupo de 10 brasileiros presos acusados de roubar documentos de identidades de americanos para fraudar acesso em aplicativos como Uber, Instacart, Doordash, Lyft, entre outros. Os brasileiros foram presos em Massachusetts, Flórida e Califórnia, nos Estados Unidos.

A investigação do FBI é direcionada a um grupo de 19 brasileiros e 10 já foram presos – os outros nove estão sendo procurados.

Um valadarense, que tem cidadania americana, explicou que a ação de muitos imigrantes tem sido voraz no mercado de trabalho de aplicativos. Tanto que milhares se dedicam a atuar nessa área, deixando de lado o trabalho pesado que faziam tempos atrás, em restaurantes, construção civil e limpeza.

Nesta ação, o imigrante aluga o direito de operacionalizar os aplicativos. Quem ganha muito dinheiro com as fraudes, são os imigrantes que comandam o esquema, usando documentos de cidadãos americanos, cujos dados eles obtêm de forma ilegal.

O imigrante que informou ao Estado de Minas sobre esse esquema fraudulento disse que há casos de imigrantes brasileiros que ganharam 1 milhão de dólares em um ano.

O FBI chegou aos imigrantes que cometiam os crimes checando informações do Internal Revenue Service (IRS), a receita federal americana. A pista é a mesma que a fonte “Deep throat” (Garganta Profunda) passou aos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, do jornal Washington Post, em 1974, quando investigaram uma série de atos de corrupção no governo do presidente Richard Nixon. A pista do “Deep throat” era “siga o dinheiro”.
Seguindo o dinheiro, o FBI ouviu histórias dos cidadãos americanos lesados pelos falsificadores, que se espantaram com valor do Imposto de Renda devido, descrito nos formulários gerados pelo IRS. Eles teriam de pagar o imposto sobre o montante que os golpistas ganharam com os aplicativos. Cerca de 2 mil cidadãos americanos foram lesados.

Como era o esquema

O FBI informou que os imigrantes brasileiros presos são acusados de roubar identidades de cidadãos americanos, vítima dos falsificadores, cuja inocência já foi comprovada. No esquema, de acordo com o FBI, os números de Social Security (SSN) e carteiras de motoristas de cidadão americanos são roubados e usados na abertura de contas nos aplicativos. Com as contas abertas, os imigrantes alugam ou vendem essas contas para imigrantes sem documentos, que não têm autorização para dirigir.

Para o FBI, os imigrantes que praticaram a fraude colocaram em risco a segurança pública quando proporcionaram a pessoas inabilitadas a possibilidade de trabalhar nos aplicativos.

O grupo de imigrantes também usou, segundo o FBI, robôs para hackear os programas de bônus das empresas, aumentando a receita gerada pelas contas falsas, cujo valor não foi divulgado.

Em caso de condenação, os imigrantes brasileiros podem pegar até 20 anos de prisão, pena aplicada aos que conspiram contra o sistema financeiro dos Estados Unidos.
O montante da pena prevista inclui o crime de fraude eletrônica, uso de identidade falsa, dentre outras acusações. Além da pena, eles serão multados em até 250 mil dólares, ou duas vezes o ganho na fraude.
Mas a dor e cabeça não para por aí. O imigrante valadarense que informou ao Estado de Minas sobre a mudança de hábitos no trabalho dos imigrantes indocumentados, presas fáceis dos falsificadores, disse que há um outro custo fabuloso a ser pago por aqueles que se envolvem com a justiça americana: os honorários dos advogados que farão a defesa. “Eles vão ter de desembolsar uma boa grana para pagar os advogados”, disse.

NOTA DA UBER

“Nós somos gratos aos esforços do FBI por investigar esses casos e trazer os envolvidos à justiça. A Uber tem um time global de investigações e sistemas que ajudam a rastrear e identificar esse tipo de comportamento fraudulento, possibilitando que a empresa forneça essas informações de forma proativa às autoridades para proteger nossos usuários.”
Fonte: Tim Filho/Estado de Minas
Foto: Pixabay
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