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A briga é de cachorro grande!

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O ringue vinha sendo preparado para um embate anunciado e seria com requintes dignos de uma hecatombe nuclear. Só faltavam ser marcados dia, hora e local. Os espectadores? Um país inteiro, que aguardava um desfecho menos traumático para a política que afeta a todos nós.

De um lado, Sérgio Moro, um juiz reconhecidamente exemplar em sua conduta ilibada como magistrado. Do outro, Jair Messias Bolsonaro, considerado por muitos o “mito” das transformações tão esperadas. Eram aliados contra um inimigo comum, que dilacerou a dignidade dos brasileiros em todos os níveis.

Mas, não mais que de repente, Sérgio Moro aparece numa coletiva disposto a numa versão da “Lava Jato e Roupa Suja”. As denúncias foram sérias e não creio, que um juiz com suas credenciais seria leviano em suas considerações.

Nosso presidente, mais uma vez se queixando de perseguições, incompreensões e pior, “traições”, apresentou um discurso com foco em problemas pessoais e nada republicano. Todos viram, todos comentam e cada um tem sua opinião sobre a guerra de “egos” que dominaram a última sexta-feira.

Talvez faltasse um pouco da humildade para reconhecer erros e desentendimentos normais num governo democrático. Fico imaginando se Bolsonaro, acompanhado de todos os seus ministros começasse seu discurso dizendo aquelas palavras mágicas:

“Muito obrigado, Sérgio Moro! Obrigado por trazer sua disposição e dedicação no combate à corrupção. Obrigado por implantar a ética nas instituições que comandou. Obrigado por suportar meus arroubos e enganos, quando deixei de agir como presidente para defender meus filhos e seus comparsas.”


“Obrigado, Sérgio Moro, por entender minha fraqueza, quando quis interferir no comando da Polícia Federal por medo das consequências apurados pela instituição contra minha família. Fomos aliados no plano maior de colocar o Brasil em outro patamar, onde os brasileiros poderiam ter orgulho da nossa classe política, confiar na nossa política econômica, ser solidário em minhas crises de governabilidade e tentar corrigir tantas desavenças com a mídia estúpida e obtusa.”

“Obrigado Sérgio Moro, por nos emprestar seu sacrifício em abandonar uma carreira brilhante como magistrado e acreditar no meu governo. As desavenças são normais, os pontos de vista podem ser diferentes, desentendimentos sempre acontecem, pois somos incansáveis na busca de melhores dias para todos os brasileiros.”

“Obrigado, Sérgio Moro… E nos desculpe por deixar nosso lado humano influenciar tantas decisões tomadas pela minha vaidade e encantos pelo poder. Quero em nome de todos os ministros, que como você ajudaram a construir muitos benefícios, agradecer o tempo e dedicação a um projeto que está sendo costurado como uma colcha de retalhos pela ganância de políticos tão inescrupulosos, que em nome de votos comprados (Deus sabe a que custo) continuam defendendo suas razões que não cabem mais num país cheio de esperanças.”

“As portas estão abertas para quando quiser voltar. Eu espero estar aqui na sua volta para dizer, que tudo valeu a pena… Obrigado por tudo!”

Esse poderia ser o discurso certo para tantos erros revelados numa só manhã, mas que podem abalar os vários “amanhãs” que virão ainda.

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