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Editorial - Opinião sem medo!

Tão letal quanto nunca!

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Não é segredo e nem novidade que o desenvolvimento trás consigo questões que também podem ser negativas ao município. Em Nova Serrana isso é visto em vários setores, educação, saúde, segurança e é claro quanto ao trânsito municipal.

O trânsito de Nova Serrana para sermos críticos e coerentes é um imbróglio difícil de resolver por alguns fatores. Fatores estes que estão relacionados tanto aos condutores quanto a estrutura do município e a educação popular.

Para começar temos que compreender o fato de que Nova Serrana, a cidade que hoje conta com mais de 100 mil habitantes cresceu de forma estrondosa, despreparada e também desordenada.

A especulação e os valores dos imóveis tornaram inviáveis intervenções mais pontuais nas regiões centrais, que para serem efetivamente resolvidas necessitavam de desapropriação de imóveis e uma reforma geral quanto às condições das ruas e sua infraestrutura.

As principais vias de acesso à região central não são largas, não permitem um fluxo constante com fluidez e em torno dos casebres, fábricas e todos os imóveis que se amontoam pela região central estão as ruas que mais parecem vielas.

Não estamos aqui depreciando as vias da cidade, elas tem até certo charme, contudo, esse charme se aplica muito bem a uma cidade histórica, e quanto à resolutividade temos que confessar que aqui, a estrutura das ruas e avenidas é precária e ineficiente.

Seria como uma pessoa crescer, ficar forte, desenvolver sua estrutura óssea e muscular, contudo continua tendo suas veias, artérias, vasos, com a mesma resistência e espessura de uma criança recém-nascida. Uma hora esse corpo para de funcionar.

O segundo fator aqui que deve ser levado em consideração está relacionado aos pedestres e condutores. A aplicação das normas de trânsito e conduta da população agravam e muito a situação vivenciada em Nova Serrana.

Se tratarmos de cumprimento de lei a ideia que temos é que por aqui as leis não são necessárias. Cada condutor, cada motociclista, cada pedestre tem suas próprias prioridades e elas estão acima das leis, e devido a isso, podem dirigir, pilotar, transitarem motorizados ou a pé da forma que bem entenderem.

Acima da lei está a posse financeira e se você tem dinheiro, consegue adquirir um veículo e a habilitação passa a ser um detalhe. Não estamos aqui culpando os órgãos de fiscalização, afinal o que 120 policiais conseguem fazer diante de 40 mil, 50 mil pessoal que dirigem freneticamente por todos os cantos da cidade.

Se você duvida do que estamos pontuando, é só fazer uma análise criteriosa que vai perceber que você caro leitor, se não é um condutor sem habilitação, com certeza conhece alguém, ou sabe de algum caso relacionado a incidentes ou condução de veículos por pessoas inabilitadas.

O terceiro ponto a ser percebido está relacionado ao interesse do poder público em resolver efetivamente a situação do trânsito do município. Esse é um fator que deve ser analisado com bastante zelo, afinal, é como mexer em um vespeiro.

Mudar ruas, desapropriar casas e lotes, investir dinheiro em vias publicas não são um assunto fácil de ser encarado em uma cidade onde a política bairrista é claramente aplicada.

Ter peito para mudar e ter gente tradicional na cidade de cara virada por ter seus interesses pessoais interferidos com essas intervenções não é algo que os prefeitos que passaram por aqui se dispuseram a fazer.

Essas alterações vão gerar uma indigestão popular que deve refletir nas eleições municipais, e voltando a política bairrista, por aqui não há nada que os políticos façam que não seja focado nos resultados das urnas a cada quatro anos.

Se a preocupação é ser reeleito, é muito mais fácil fazer shows do que investir milhões em reestruturação de ruas, em pagamento de indenização, em um projeto urbanístico salutar.

O grande problema é que enquanto não aparece alguém com peito para encarar essa bronca ao invés de promover discursos bonitos e colher votos, a cidade segue em um crescimento descontrolado, que torna a situação do trânsito municipal tão letal quanto qualquer outro problema social vivenciado na cidade.

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