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Calçados

Retração do polo calçadista de Nova Serrana pode chegar a 15%

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Em 2020, a pandemia de Covid-19 e as várias medidas para conter o avanço do vírus, inclusive com o fechamento do comércio, provocaram diversos impactos no polo de calçados de Nova Serrana, na região Centro-Oeste de Minas Gerais.

Logo no início da pandemia, as vendas chegaram a cair cerca de 80%. Porém, com a reorganização das empresas e a retomada das atividades econômicas, parte da queda foi recuperada e a estimativa é de ter encerrado o ano com retração de 10% a 15% em relação ao ano anterior.

De acordo com o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Ronaldo Lacerda, mesmo com os esforços, não foi possível recuperar as perdas registradas nos primeiros meses de 2020, porém, o setor, no segundo semestre, deve ter fechado com alta de 2% a 3% nas vendas.

“Não foi um ano positivo para o setor. Mas toda dificuldade traz mudanças, as empresas estão trabalhando com níveis de produtividade muito maiores. Devido aos impactos causados pela pandemia, muitas foram obrigadas a reduzir o quadro de funcionários e, agora, estão produzindo mais, mas ainda sem poder recontratar funcionários”.

Ainda segundo Lacerda, mesmo com o aumento da demanda, a situação das empresas ainda é frágil. Um dos pontos críticos são os insumos, que estão escassos e mais caros. Com o mercado consumidor também fragilizado, tanto pelas medidas implementadas para conter o avanço da pandemia como pela queda da renda devido ao aumento do desemprego, o repasse dos custos para o mercado é difícil.

“As empresas estão trabalhando com os custos dos insumos muito elevados, tivemos aumentos de 50% a 100% dependendo do produto. Mas estamos reinventando os processos para não repassar essa alta tão expressiva”.

Em relação ao Natal, uma das melhores datas para as vendas, Lacerda explica que não houve alteração na demanda.

“Para o Natal, não tivemos muita procura. O movimento ficou bem próximo ao registrado na mesma data comemorativa do ano passado”.

2021

As expectativas para este ano ainda são cautelosas, devido às incertezas causadas pela continuidade da pandemia. A perspectiva é de que as empresas do polo calçadista de Nova Serrana continuem trabalhando com eficiência máxima e cautela. A meta para 2021 é recuperar o desempenho alcançado em 2019.

“Encontramos o caminho no segundo semestre e devemos encerrá-lo com alta de 2% a 3% frente a igual período do ano anterior, mas, no ano, ainda teremos queda de 10% a 15%. Para 2021, a gente vai adotar os cuidados necessários para continuar trabalhando. A situação ainda é delicada, por isso, exige muita atenção e cautela. Mas o aumento do consumo está acontecendo e as lojas estão vendendo. Com a pandemia, as pessoas se voltaram mais para o consumo de produtos nacionais e isso é importante para que a indústria nacional seja fortalecida”.

Ainda segundo Lacerda, fatores como os custos altos e as dificuldades de logística dos fretes internacionais têm favorecido a demanda por produtos nacionais.

“Acho que, nesse momento, o produto nacional está mais viável, e isso acaba gerando uma economia circular no País. A competitividade do nosso produto é alta, porque o importado está chegando muito caro. Oferecemos um bom produto por preço mais acessível”.

  • Com informações do Diário do Comércio
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