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Editorial - Opinião sem medo!

Para que dar toucinho aos porcos?

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Quando o atual presidente da Câmara assumiu a casa pairava pelo ar uma sensação de incerteza quanto aos rumos que o legislativo tomaria. As reuniões eram aguardadas e a forma como seriam presididas eram sem dúvidas o fator que mais intrigava àqueles que acompanham de perto o legislativo municipal.

Ao se instaurar e organizar a casa, os vereadores se adaptaram ao estilo intenso, de voz alta mas, de coração grande, e a partir desse ano, as reuniões deixaram de ser aquela monotonia que se vivenciava anteriormente e passou a ser um espetáculo à parte.

Os vereadores parecem que acompanharam o estilo do presidente e declarações das mais distintas sobre os mais variados projetos se fazem presentes todas as terças-feiras, e se você não gosta de políticas, acredite, as pérolas trazidas pelos edis são impagáveis.

Na última terça-feira, dia 10 de julho, mais algumas pérolas foram trazidas e uma em particular motivou uma maior reflexão e até instigou nossa equipe a resenhar esse editorial.

A Pérola lançada ao vento veio do vereador Jadir Chanel (MDB), que ao discursar sobre a possível aprovação do projeto que viabiliza vale alimentação para os funcionários, o vereador em questão justificou seu voto negativo com a frase “para que por toucinho em porco gordo”.

Bom, não somos nós que estamos falando, mas que realmente tem alguns porquinhos bem gordinhos na política de nossa cidade isso existe.

O funcionalismo de Nova Serrana da Câmara em particular atua com horas reduzidas, tem um trabalho estável e seguro sem falar que boa parte dos que ali atuam são assessores parlamentares, e sendo assim nem ao menos registro de ponto existe.

E por falar em ponto, alguém sabe explicar onde e o que faz o senhor José Iris Saldanha na Câmara, durante o dia a presença do “servidor”, é como cabeça de bacalhau no legislativo.

Segundo ouvimos de um legislador, são aproximadamente 40 assessores, que vão aproveitar e ganhar o auxílio alimentação e R$120,00 por mês.

Existem por ali muitos que recebem um salário mais baixo, e seria de bom grado e até muito bem vindo o benefício, contudo, alguns que ali estarão ganhando mais uns trocados do município, e para não falarmos que será sem merecimento, é sem necessidade.

Tem uns porquinhos ali na Câmara que ganham mais de R$ 3 mil por mês, alguns ganham mais de R$10 mil por mês e dessa forma sinceramente, a necessidade de um auxilio alimentação cairá bem, mas não para fazer sua cesta, mas sim para comprar picanha e cerveja no fim de semana.

Ao falarmos sobre o benefício ouvimos ainda legisladores defenderem a pauta afirmando que sendo poucos os ricos da câmara que vão ganhar o benefício o mérito é valido para beneficiar os mais pobres.

Entendemos que existe por parte da oposição um desejo de valorizar o funcionalismo, e não deixar sequer um centavo para ser devolvido ao município no final da gestão, o próprio presidente já confidenciou a esse Popular que não existe nenhum compromisso por parte do legislativo em devolver algum valor ao executivo.

Contudo, ter um pouco mais de atenção quanto a quem ganha e como ganha é um dever que os vereadores têm a obrigação de cumprir com maior afinco e cautela.

Seguindo o raciocínio, o vereador que não quer dar “toucinho para os porcos gordos”, afirmou pediu que o projeto fosse tirado e que fosse conversado com os ricos da Câmara para que os ricos entrassem em acordo com a casa e optassem por devolver o benefício.

A ideia que é no mínimo absurda estabelece um acordo de cavalheiros, onde os ricos seriam quase que coagidos para abrirem mão do dinheiro da cerveja e picanha, contudo e os demais, e os próximos que chegarem à Casa com salários significativos, também serão induzidos a abrir mão dos trocados do churrasco?

O fato é que esse toucinho está bem indigesto da forma como vem propondo. É claro que aqueles que tem receitas e salários mais baixos necessitam do benefício, porém, dar mais grana pública para quem já tem um salário que nem é tão alto a ponto e despertar inveja nos vereadores, pode ser até legal, mas pelo que vive a cidade, também é imoral.

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