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No clã dos Bolsonaros

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Ainda no limiar do novo governo, embora lá se vão cinco meses, Jair Bolsonaro enfrenta as primeiras intempéries, particularidades de um país segmentado, divisão claramente expressada no último pleito, em profunda crise, política e financeira, donde os desejos partidários suplantam o coletivo, e as demandas são “negociadas” em nome da governabilidade.
Com popularidade em baixa, preocupante em se tratando de início de mandato, a economia fragilizada e dependente das reformas, o Congresso em polvorosa, sobretudo pelos inábeis pitacos dos mais íntimos da “corte presidencial”, as ruas em ebulição, esta impulsionada pelos “idiotas úteis”, e o Ministério Público no encalço do senador Flávio Bolsonaro, seu filho zero um, enamorando os sigilosos dados bancários e fiscais do seu primogênito, Jair Bolsonaro parece ter perdido a aura, o “mito” demonstra sentir o peso da faixa.

O caso já era grave quando se restringia à suspeição de apropriação indevida de parte dos soldos dos assessores de Flávio Bolsonaro. Subiu de patamar quando veio à tona o apreço que o filho mais velho do presidente tem por milicianos. Agravou-se ainda mais com a suspeita de lavagem de dinheiro por meio da aquisição de imóveis e a quebra dos sigilos bancário e fiscal.

Nas palavras do Ministério Público, funcionava no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio uma “organização criminosa”. Aliados mais fieis a Bolsonaro alegam em defesa da família que, ainda que as acusações se revelem verdadeiras, o estrago será pequeno se comparado com o mensalão e o petrolão, mas será deveras decepcionante para seu eleitorado, que via no Capitão, a figura do político incorruptível.

O efeito político do caso é automático e devastador. Flávio percorre os corredores do Congresso como uma espécie de parlamentar-zumbi. Oposicionistas observam a conjuntura à espera do melhor momento para levá-lo ao Conselho de Ética. Quanto ao pai, já não pode enrolar-se na bandeira da ética com a mesma naturalidade exibida na campanha presidencial.

Não obstante, a exemplo do que fizeram Lula, Dilma e o petismo, Bolsonaro e seu filho atribuem as investigações a uma “perseguição política”.

Nessa malfadada versão, Flávio seria mero instrumento de uma cruzada para desgastar o governo; é o enfadonho “vitimismo” fadigando nossas gentes.

Inquietante para os apoiadores de Bolsonaro é o receio de que o presidente permaneça grudado em Flávio, não por solidariedade paterna, mas pela impossibilidade de se desvincular do filho. Recorda-se com pesar que o Coaf já detectou um repasse de R$ 24 mil do faz-tudo Queiroz para a conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Propala-se a sensação de que no clã dos Bolsonaros, não apenas o mais velho da prole tenha problemas relacionados à movimentação financeira de natureza dúbia.

Assemelhando com o PT, Bolsonaro começa a repetir Lula, parafraseando em reuniões privadas o célebre bordão cunhado pelo ex-presidente “eu não sabia”. O Capitão alega que nem ele, nem o filho, tinham pleno conhecimento das atividades desenvolvidas por Queiroz no gabinete de Flávio, outrora quando o agora senador, dava expediente na Alerj.

No próximo domingo, estão marcadas manifestações Brasil afora, em apoio ao governo; o favorável rugir das ruas, a efervescência do asfalto, talvez seja o afago necessário, no enfrentamento das inúmeras querelas; que as ruas coloquem o país nos trilhos.

Abençoada semana

Graça e Paz

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