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Defesa civil

Morte Decretada: Após tragédia de Brumadinho, Fundação SOS Mata Atlântica confirma morte do Rio Paraopeba em Pará de Minas

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O Rio Paraopeba, um dos maiores patrimônio do Centro Oeste Mineiro, teve oficialmente sua morte declarada em Pará de Minas, nesta segunda-feira, dia 04 de fevereiro.

O anuncio aconteceu após a realização de uma análise feita pela equipe da Fundação “SOS Mata Atlântica”, confirmando que o Rio Paraopeba está morto em Pará de Minas. Ainda no sábado da 02 de fevereiro, a Fundação já havia constatado a morte do rio a 40 km de distância do ponto de rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão.

Segundo divulgado pelo portal de notícias G1, de acordo com a especialista em águas e coordenadora do programa Rede das Águas da Fundação, Malu Ribeiro, dejetos decorrentes do rompimento da barragem foram encontrados a cerca de meio metro de profundidade.

Em nota, a concessionária Águas de Pará de Minas,  que realiza o abastecimento no município e retira a água do rio Paraopeba afirmou que “continua monitorando os padrões de qualidade da água na captação do Rio Paraopeba” e ainda que “não houve alteração nos parâmetros avaliados pela empresa”. A concessionária também confirmou que “não utilizará a água do rio até que haja uma recomendação oficial dos órgãos de controle competentes”.

Segundo o Corpo de Bombeiros em Pará de Minas, o Rio Paraopeba percorre cerca de 90 km de Brumadinho até o município. Além de Pará de Minas, outros municípios vão receber a visita da Fundação. A intenção é percorrer cerca de 300 km pelo Rio Paraopeba, desde Brumadinho, ao Reservatório de Três Marias.

Análises

As análises apontaram que o rio tem, atualmente, 1,9 de índice de oxigenação. Segundo o Índice de Qualidade das Águas (IQA), o mínimo para existir qualidade de vida em um ambiente aquático é 5 e o índice aceitável é 8.

A turbidez, que é o grau de atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar a água, também está maior do que o normal: 6,5 vezes maior, conforme Malu. A média histórica de turbidez no Rio Paraopeba varia entre 56 e 66, o encontrado nesta segunda-feira foi de 366.

O alto índice de turbidez, segundo a especialista em água, foi o motivo para o abastecimento de água de Pará de Minas, que capta água do Paraopeba, ser interrompido – o aceitável para a captação é que o índice de turbidez seja, no máximo, de 100.

“Apesar da turbidez mais elevada, o Rio tem mais correnteza e isso aumenta a oxigenação. Mas [o nível de oxigênio] ainda é insuficiente para vida aquática e [deixa a água] imprópria para uso”, afirmou ao G1.

Barreiras de Contenção

Duas das três estruturas de contenção de rejeitos anunciadas pela Vale começaram a operar na manhã desta segunda-feira. A previsão inicial dada pela Vale apontava que todas as três barreiras fossem finalizadas neste domingo (3), mas devido ao mau tempo, a montagem foi interrompida.

Devido ao rompimento da barragem, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu duas recomendações que proíbem a pesca e orientam que o Rio Paraopeba seja monitorado por órgãos ambientais no Estado, além do fornecimento de água para os animais atingidos pela lama.

Fonte: G1 Centro-Oeste

 

 

 

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