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Economia

Mesmo com embargos da China preço da carne deve continuar subindo no Brasil

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Combustíveis, gás de cozinha e outros produtos seguem registrando constantes aumentos, e até mesmo a carne, provavelmente seguira registrando alta nos preços até o fim deste ano.

De acordo com matéria do jornalista Rômulo Almeida, no Jornal O Tempo, nem mesmo o embargo da China à carne bovina brasileira deve causar redução significativa nos preços ao consumidor.

Segundo frigoríficos de Belo Horizonte, o aumento da demanda nas festas de fim de ano vai pressionar os valores e os tradicionais churrascos vão ficar ainda mais caros.

Uma pequena redução foi aplicada pelos fornecedores recentemente, contudo, conforme apontou o gerente de um açougue do Mercado Central de Belo Horizonte, Felipe Drummond, essa redução não deve ser repassada aos clientes.

“A carne de boi diminuiu cerca de R$ 0,50/kg para a gente comprar. Ainda nem mexi no preço, porque não sabemos como isso vai ficar e ainda absorvemos outros aumentos. Mas, com a chegada do fim do ano, apesar do embargo, não vai ter redução de preço para o consumidor sentir, porque o mês de setembro foi um mês muito ruim para o comércio em geral, e novembro e dezembro são os meses de maior demanda”, explica o gerente.

Segundo Drummond, dependendo do corte, o encarecimento pode ser ainda mais severo. “Para comprar o boi no osso, igual compramos parte das mercadorias, abaixou R$ 0,60 ou R$ 0,80. Mas as carnes que eu compro embaladas, como contrafilé ou filé-mignon, até aumentaram. Não deu para a gente repassar esse valor para o consumidor”, diz.

O analista econômico da Faculdade Arnaldo, Alexandre Miserani explica que o Brasil tem alternativas para vender a carne no mercado externo.

“A carne é congelável; como sabem que o embargo é algo transitório, não tem perspectiva de abaixar o produto no Brasil. No caso da carne, ela é perfeitamente exportável. Se a China não quer, outros países vão querer. O Brasil é um dos maiores produtores de proteína animal do mundo, e ele prefere vender em dólar do que em real, e sobra para a gente o osso ou a carne do preço que está”, destaca Alexandre Miserani.

A tendência para as festas de fim de ano, com o aumento da demanda típico da época, é que a carne fique ainda mais cara. Para o economista, o Natal de 2021 vai ser o mais pobre das últimas décadas.

“(A carne) vai ficar mais cara, porque, enquanto o dólar não tiver sido debelado, vamos ver um aumento de preços de commodities e produtos alimentícios em uma ascensão jamais vista nos últimos 30, 40 anos. Vamos ter o Natal mais pobre dos últimos 40 anos”, avalia Miserani.

Suspensão de importação para a China já dura mais de 50 dias

A suspensão de importações de carne bovina brasileira por parte da China começou em 4 de setembro, quando o Brasil confirmou dois casos atípicos do chamado “mal da vaca louca” em duas cabeças de gado no país – uma delas em Belo Horizonte.

Desde então, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem tentando negociar o fim do bloqueio, alegando que já está comprovado que a carne brasileira representa baixo risco em relação à doença.

“Temos atendido pronta e tempestivamente todos os pedidos de informação que nos são dirigidos. Além disso, encaminhamos solicitação para reunião técnica, ainda não agendada pelas autoridades chinesas, que alegam estar analisando as informações enviadas”, disse o Mapa, em nota.

O Brasil suspendeu as exportações devido ao protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o “mal da vaca louca”. No protocolo, não estão definidos os passos para a retomada do comércio. Assim, a decisão cabe exclusivamente à China.

Foto: Imagem Ilustrativa

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