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Mão de obra prisional reforça produção de máscaras

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Uma das estratégia do Estado no combate ao coronavírus tem sido a confecção de máscaras cirúrgicas com mão de obra privada de liberdade. Na quarta-feira, dia 15 de abril, a ação, que envolve a média de 350 detentos, já contabiliza 104 mil máscaras produzidas. A meta para os próximos dias é a fabricação diária de 22 mil itens.

Até agora, 30 unidades prisionais e mais de 350 detentos, utilizando aproximadamente 170 máquinas estão envolvidos na missão. O produto final é destinado às forças de segurança do Estado, secretarias municipais de saúde e hospitais, servidores e custodiados do sistema prisional.

Produtividade

O incremento da produtividade foi possível graças à compra de 165 mil metros de tecido TNT, pelo Governo de Minas, no início do mês de abril. Os insumos obtidos pelo Estado são suficientes para a fabricação de 2 milhões de máscaras.

Vale frisar que não apenas quem recebe o equipamento de proteção individual é beneficiado. Também os que estão na linha de produção ganham oportunidade de ressocialização, por meio da colaboração com a saúde pública, além de vantagem da remição de pena pelos serviços prestados. Três dias trabalhados significam um a menos na condenação.

Região Metropolitana

Na RMBH, quatro unidades prisionais participam da produção de máscaras até o momento. Uma delas é o Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH), localizado em Contagem. Na unidade, 45 detentos trabalham em 17 máquinas e têm entregado entre 1 mil e 2 mil máscaras diariamente.

Antes da atividade diária, os internos do Complexo Nelson Hungria passam por reuniões de preparação, em que são discutidas normas de higiene e assepsia, desinfecção dos materiais e uso dos equipamentos de proteção individual (EPI). O uniforme utilizado durante a fabricação, por exemplo, é distinto daquele dos pavilhões e higienizado a cada expediente.

Conforme o diretor de atendimento e ressocialização do complexo, Uri Ribeiro, a atuação dos custodiados vem superando as expectativas. “Desde a preparação do espaço conversamos com eles sobre a relevância de prevenir o contágio pelo vírus e a importância do trabalho desenvolvido aqui”, afirma.

O interno Sérgio Lages, de 36 anos, conta que já trabalhou no complexo penitenciário diversas vezes, mas considera esta atividade é diferente, mais importante. “Acompanhamos pela TV que muita gente está precisando das máscaras, então nos sentimos úteis e solidários. Quem se comprometeu com a produção está feliz por trabalhar nesta causa”, relata.

Interior

O Complexo Penitenciário de Ponte Nova, na Zona da Mata, foi um dos pioneiros na confecção, iniciada no fim de março, a partir de doações. Desde então,13 internos cortam, montam, costuram e esterilizam uma média de 700 máscaras por dia. O produto é destinado a dois hospitais do município, Arnaldo Gavazza Filho e Nossa Senhora das Dores.

A custodiada Tatiana Sabino, de 35 anos, fala sobre a satisfação em produzir máscaras para as casas de Saúde da cidade. “Se depender de mim, quero render ainda mais para ajudar a todas as pessoas que necessitam de máscaras lá fora”, acrescenta. Diretora de atendimento da unidade, Aline Araújo destaca a causa.  “Tamanho contentamento deve-se ao teor do trabalho e representa um retorno das pessoas privadas de liberdade para a sociedade”.

No Presídio de São João del-Rei, na região Central, a operação também começou com donativos e, desde o dia 6/4, prossegue com o material fornecido pelo Governo de Minas. O detento Glauber Marques, de 34 anos, destaca o efeito da atividade solidária. “Esse desempenho aumenta nossa autoestima e redobra a vontade de sermos ressocializados. Estamos contribuindo para o mundo sair desse caos”, explica.

Não à toa, o diretor da 13ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), na qual o município de São João del-Rei está inserido, Emanuel Assunção, relata uma melhora no comportamento dos detentos empenhados na função. “Presos que trabalham se sentem, normalmente, valorizados. Quando ajudam a comunidade, em uma situação de crise como esta, o sentimento de valorização é três vezes maior”, defende.

Socioeducativo

O Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, na região Central, que custodia adolescentes que cometeram atos infracionais, é o primeiro a cooperar com a confecção de máscaras. Para isso, uma dependência passou por limpeza, adaptação e pintura, com a participação dos jovens. A unidade recebeu uma porção do tecido comprado pelo Estado e quatro máquinas.

Duas servidoras com experiência em costura capacitaram seis jovens. O aprendizado está sendo colocado em prática nesta semana. A estimativa inicial é de 150 itens produzidos por dia. Para o diretor-geral, Pedro Ruano, o número deve aumentar. “O mais importante, agora, é que os meninos se envolvam com a proposta”, diz.

Foto/Fonte: Sejusp/Agência Minas

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