Conecte-se Conosco

Atualidade

Em menos de 24 horas, dois terremotos são registrados na Bahia

Publicado

em

As cidades de Amargosa, Brejões e Elísio Medrado, no Recôncavo Baiano, na Bahia, registraram novos tremores de terra na madrugada desta segunda-feira, dia 31 de agosto, poucas horas depois de terremotos de 4,6 pontos na escala Richter atingira o Estado na manhã do domingo (30).

Os tremores registrados nesta segunda foram um pouco menores do que o da manhã do dia anterior, marcando 3,2 pontos na escala.

Segundo a TV Bahia, pelo menos seis casas e a igreja da cidade de Amargosa registraram rachaduras após os tremores. Residências da região rural da cidade com quase 40 mil habitantes foram as mais atingidas.

Tremor de terra do ultimo domingo

O terremoto de magnitude 4.6 na escala Richter registrado nas regiões do Vale do Jiquiriçá e no Recôncavo da Bahia foi sentido por moradores de pelo menos 43 cidades do estado, incluindo a capital, Salvador.

De acordo com a Defesa Civil Estadual, a Prefeitura de São Miguel das Matas indicou que pelo menos 50 casas da cidade tiveram rachaduras.

Segundo registro feito pelo Centro de Simologia da Universidade do Estado de São Paulo as cidades atingidas no domingo foram: Ilhéus, Itabuna, Dário Meira, Itacaré, Aurelino Leal, Jequié, Maracás, Camamu, Piraí do Norte, Gandu, Teolândia, Cravolândia, Jaguaquara, Itiruçu, Presidente Tancredo Neves, Jiquiriçá, Ubaíra, Santa Inês, Mutuípe, Laje, Valença, São Miguel das Matas, Amargosa, Brejões, Santo Antônio de Jesus, Muniz Ferreira, Elisio Medrado, Nazaré, Cruz das Almas, Conceição do Almeida, Itaberaba, Iaçu, Feira de Santana, Salvador, Ipirá, Sapeaçu, Castro Alves, Varzedo, Lauro de Freitas, Capim Grosso, Euclides da Cunha, Dom Macedo Costa e Vitória da Conquista.

Pode até parecer um acontecimento isolado, mas os tremorres de terra no estado não “são tão incomuns como se pensa”, pontua o geólogo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Carlos Uchôa. A maioria, no entanto, é fraca demais para ser percebida.

O geólogo explica que os terremotos são causados pela liberação de energias acumuladas. É como se existissem profundas cicatrizes abaixo da terra que, de tempos em tempos, irradiam para a superfície.

“A causa mais provável é a reativação das falhas geológicas, que acumulam tensão, ou seja, energia, que precisa, em algum momento, ser liberada. É um pequeno deslocamento de terra”, explica Uchôa.

Os tremores principais também podem ocasionar tremores secundários, numa margem de dias ou de horas. Em Salvador, onde o abalo foi mais fraco, ressalta Uchôa, pode ter ocorrido um “reflexo”. “As ondas sísmicas viajam até se arrefecer, enquanto estiver campo para viajar, mas a partir do momento que vai ficando mais distante, via perdendo força”, diz.  Por isso, não é descartado que novos abalos sísmicos sejam registrados pelos sismógrafos.

Como o Brasil está no meio de uma placa tectônica – a Sul-americana -, os tremores são mais fracos. O maior abalo foi registrado em Mutuípe, com magnitude 4,6. Em seguida, veio Amargosa – ainda assim, são tremores considerados baixos pelos especialistas, se comparados aos que ocorrem em demais países. É possível que, neste domingo, tenha acontecido uma “enxame de sísmicos”, quando ocorre uma sequência de tremores em diferentes locais.

No século passado, no Recôncavo Baiano, tremores e relatos parecidos foram registrados. A área é considerada uma “região sismogênica”, ou seja, mais propensa a apresentar tremores devido a falhas geológicas. Um  outro exemplo de falha geológica é a divisão geográfica da cidade de Salvador em Cidade Baixa e Cidade Alta.

“Os mais fortes abalos aconteceram há mais ou menos um século. Pode ser que sejam um intervalo secular e por isso essa sequência. Mas não estou confirmando isso, apenas levantando uma possibilidade”, explica Uchôa.

Ele reforça, no entanto, que não é preciso entrar em pânico, pois, pelas caracterísitcas geológicas, os tremores são insuficientes para causarem estragos.

Nota conjunta

Em nota conjunta, o Instituto de Geociências (Igeo) da Ufba e a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) confirmaram e comentaram os registros e disseram estar atentos à situação.

Fonte: Com informações portal IG e portal Correio

Foto: Divulgação Prefeitura de Matuipé

Publicidade
Publicidade

Política