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Belo Horizonte

Comitê estuda afrouxar regra da taxa de novos casos da Covid-19 para garantir volta às aulas em BH

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A pressão pela volta às aulas presenciais está cada vez maior em Belo Horizonte. Na última semana, a capital registrou protestos por uma parcela de pais que cobra o retorno, a Câmara Municipal debateu o assunto e até o prefeito Alexandre Kalil se manifestou. Em meio à polêmica, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 já admite rever a taxa de novos casos da doença, fator determinante para uma retomada segura das atividades.

O índice é medido com base na média de novos infectados, nos últimos 14 dias, para cada 100 mil habitantes. No ano passado, o grupo de infectologistas que acompanha a pandemia na cidade e a PBH diziam ser necessário atingir 20 novos doentes para 100 mil moradores. No entanto, atualmente, a taxa está em 280,1.

A nova projeção para a volta às aulas em todas as séries – está previsto apenas o retorno do ensino infantil por enquanto – não foi definida. Segundo o infectologista e membro do comitê, Carlos Starling, o número tende a ser reconsiderado. “Para não ter praticamente nenhum risco, a taxa deve ser de 20, mas chegar a nesse número, com o nível de desorganização social que temos, é muito difícil. Vamos demorar muito tempo. Provavelmente, teremos que mudar esse patamar”.

O médico Estevão Urbano, também membro do comitê, reforça que o dado será revisto. Ele afirma que estudos internacionais mostram que a taxa pode ser maior que os 20 novos casos a cada 100 mil.

“Essa métrica é quase inalcançável. Então, existe a possibilidade real de flexibilizarmos para uma faixa etária mais jovem, de até mais ou menos 6 anos, já em março. Mas isso vai depender do comportamento nas próximas duas semanas de fevereiro e será monitorado”, afirmou.

Debate
A retomada das aulas nas escolas foi pauta na Câmara de Vereadores. Mas, diante da ausência da secretária de Educação de BH, Ângela Dalben, o debate ficou polarizado entre os parlamentares que são contra e a favor.

Mais tarde, Kalil rebateu as críticas. “Se alguém tivesse que ser chamado seria o secretário de Saúde, e não a secretária de Educação, porque quem manda na volta às aulas não é a pedagogia e, sim, a área da saúde”.

Pais
Ontem, um grupo de pais realizou manifestação nas escolas particulares. Deixaram flores e cartazes nos colégios, pedindo o retorno seguro das aulas após quase um ano. A arquiteta Fernanda Basques mãe de dois filhos, de 8 e 15, que estudam na rede particular, quer a volta, pois a maioria dos pais começou a trabalhar e as crianças estão ficando sozinhas. “O aprendizado também está muito aquém. Estamos muito preocupados com o retorno das escolas públicas também”.

O empresário Ivan Magnavita é contrário. Segundo ele, a filha de 12 anos – também de escola privada – só voltará a frequentar o colégio quando todos estiverem vacinados e, mesmo assim, se as escolas mantiverem o distanciamento. “É a mesma coisa de os pais delegarem à escola a obrigação de criar e educar os filhos, sendo que nas escolas existem alunos com criações diferentes dos outros”.

FONTE: POR Luiz Augusto Barros –  HOJE EM DIA

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