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Racismo

Alunos de colégio em MG trocam mensagens racistas em ofensa a colega de classe

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Um garoto de 14 anos foi alvo de ataques racistas dos próprios colegas de classe do Colégio Cristão Ver, de Belo Horizonte, em mensagens dentro de um grupo de alunos no WhatsApp. Algumas chegaram a citar conteúdos como “saudades de quando preto era escravo”. As informações são do Jornal O Tempo.

O caso aconteceu na última semana, e o pai da criança informou que procurou a Delegacia da Criança e do Adolescente. Ele foi orientado a comparecer em outra unidade da Polícia Civil, junto com seu filho, nesta segunda-feira (20/12) para registrar o Boletim de Ocorrência.

À reportagem, o pai do garoto vítima de racismo contou que o grupo foi criado pelos próprios alunos da escola para estudarem conteúdo de uma prova que seria aplicada. O adolescente começou a ser excluído e isolado das conversas, segundo afirmou o pai.

O garoto então decidiu sair do grupo, e, logo em seguida, começaram os ataques racistas. “Que bom que o ‘neguin’ não tá, já não aguentava mais preto naquele grupo” [sic], disse um dos alunos. Outro afirmou: “Nem sabia que preto estudava”.

O nome do grupo no WhatsApp chegou a ser alterado para “Pilantrinhas (sem neguin)”. Em determinado momento da troca de mensagens, um aluno disse que “nem sabia que preto podia ter celular” e que tem “sdds [saudades] de quando preto só era escravo”, sendo respondido com “e sempre trabalhava”.

O garoto que foi vítima dos ataques racistas recebeu fotos da troca de mensagens de um colega. Logo após ser alertado, o menino contou o ocorrido para o pai. “Eu fiquei estarrecido, o dia acabou para mim”, contou o pai.

O responsável pelo jovem procurou a coordenação pedagógica da escola, que se mostrou solidária e marcou uma reunião para tratar do caso. “Aconteceu ontem, pensei que seria apenas eu, só que os pais dos outros alunos também estavam”, disse o pai.

Ele relatou então que alguns dos pais presentes na reunião tentaram minimizar o caso. Um dos estudantes que publicaram as mensagens racistas no grupo tinha ido inclusive à casa do menino no início do mês passado para um churrasco. “Eles se desculparam, mas o leite já foi derramado.”

Traumatizado com o racismo sofrido, o garoto está com sintomas de depressão, contou o pai. “Eles bateram muito forte não só na minha família, mas no meu filho também. Hoje [ele] não foi disputar um campeonato, não sai de casa e não está comendo”, relatou.

A reportagem tentou contato com o Colégio Cristão Ver diversas vezes e por diferentes meios, mas não localizou representante algum ou a direção da instituição para comentar sobre o caso. Em um dos meios de comunicação, a reportagem recebeu uma resposta automática que indica que o centro de ensino irá voltar às atividades apenas no dia 10 de janeiro. O posicionamento do colégio será atualizado caso seja dado retorno.

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