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A consciência é um parque de diversões para as mentes entorpecidas

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Entender a direção da história é, na verdade, uma questão de perspectiva privilegiada.

Em cada tempo aprendemos um pouco sobre a natureza humana e o que foi feito para que a nossa sociedade seja o que é hoje. Como na natureza, nenhum animal social jamais é guiado pelos interesses de toda a espécie à qual pertence.

Se a nossa preocupação fosse mais voltada para o que fazemos ao invés de nos preocupar em postar mensagens de efeito ou fotos fazendo biquinho nas redes sociais, além de compartilhar críticas baseadas na ignorância, talvez algumas mudanças tão desejadas pudessem acontecer.

Por exemplo: nenhum chimpanzé se importa com os interesses da espécie chimpanzé, nenhuma lesma levantará um tentáculo em nome da comunidade global de lesmas, nenhum leão macho alfa tem intenção de se tornar o rei de todos os leões, e ninguém encontrará na entrada de uma colmeia o slogan “Abelhas operárias do mundo, uni-vos!”.

Mas estamos indo na contramão desta lei natural. Essas considerações feitas pelo escritor Yuval Noah Harari acertaram na “mosca que caiu na nossa sopa!”

O efeito das redes sociais é a versão moderna de versões históricas de profetas que diziam, que o mundo inteiro carregava uma verdade única, e todos os humanos eram crentes em potencial.

Olhando à nossa volta numa cidade como Nova Serrana todos os dias aparecem candidatos à vaga de maior conquistador de todos os tempos, imbuído de extrema tolerância e capacidade de adaptação, para transformar as pessoas em discípulos fervorosos.

Em pouco tempo descobrimos que esse conquistador é o dinheiro e não migrantes de todos os cantos do país com suas culturas e imposições. Pessoas que não acreditam no mesmo deus nem obedecem às leis estão mais do que dispostas a utilizar o mesmo dinheiro.

Todos nós vimos Osama Bin Laden fazer coisas terríveis ao mundo sem nenhuma cerimônia. Apesar de todo o ódio pela cultura, religião e política ocidental, o “senhor Bin” adorava dólares. Como o dinheiro teve êxito onde até as crenças, leis e opiniões fracassaram?

Para quem não sabe ou teve curiosidade, os nativos que habitavam a América do Sul no ano de 1.500 estavam familiarizados com o ouro – era bonito e fácil de se trabalhar, e eles o usavam para fazer joias e estátuas e, de vez em quando, usavam pó de ouro como meio de troca. Mas, quando um asteca queria comprar alguma coisa, normalmente pagava em grãos de cacau ou rolos de tecido.

Isso sim era importante e não tinha as influências de redes sociais ou vaidades impostas pela sociedade. Mas a obsessão dos conquistadores espanhóis por ouro, parecia inexplicável já naquela época. O que havia de tão importante em um metal, que não podia ser comido, bebido ou tecido, e que era frágil demais para ser utilizado em ferramentas ou armas?

Meus amigos, a história registra lições importantes e seria fácil nos proteger de determinadas ambições usando qualquer forma de comunicação, pois quando os nativos questionaram Cortés (o conquistador espanhol) sobre o porquê terem tanta paixão por ouro, ele respondeu: “Porque eu e meus companheiros sofremos de uma doença do coração que só pode ser curada com ouro”.

O importante neste meu pensamento publicado neste O Popular é a certeza que muitas coisas de valor não podem ser guardadas – como tempo ou beleza. Por isso, vamos pensar em cuidar dos nossos espaços sem culpar nossos governantes por descasos para com nossa cidade. Cidades são espaços físicos, mas somos nós que fazemos delas um lugar melhor para se viver.

Copiando um grande pensador, a consciência em saber SER rico é melhor do que TER riqueza.

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