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A clausura no gabinete do centro administrativo

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Poucas demandas são tão desafiantes na sociedade atual do que saber se comunicar. Parece contraditório esse dizer, no momento em que vivenciamos a “era da informação”; porém, na prática, o que vemos são pessoas podendo se expressar por diversos canais, redes sociais principalmente, e buscando informações em uma amplitude de fontes, não significando que a comunicação, em seu conceito mais básico (emissão de uma mensagem, por meio de um canal, almejando ser entendida pelo receptor) esteja ocorrendo.

A comunicação é um princípio que envolve a troca de informações entre dois ou mais interlocutores por meio de gestos, regras, escritos, imagens e falas, mutuamente entendíveis; é um processo social primário, que permite criar e interpretar mensagens que expressam desejos, materializam pensamentos e provocam uma resposta; um ferramental que promove sinergia para alcançar os resultados almejados e, quando bem trabalhado, auxilia na integração entre os interlocutores.

No último pleito Municipal tivemos um exemplo exitoso quando da eficiência da comunicação; o atual chefe do executivo foi eleito com o atributo de ser um exímio orador, sempre hábil com as palavras; fazendo da interlocução, quase um monólogo, soube cooptar o eleitorado, implementando o discurso da “mudança”, obtendo receptividade daqueles aos quais a mensagem era dirigida.

Porém, no exercício do mandato, faz-se ausente, a competência no comunicar e esvaire-se o encantamento do período eleitoral; nitidamente há uma substancial dificuldade de diálogo junto aos cidadãos e para com o legislativo, fato observado até por alguns aliados, descontentes com a clausura no gabinete do centro administrativo; consequentemente ocorre um distanciamento do eleitorado, que penso não será resolvido com algumas enxadadas.

Observa-se também a ojeriza e em alguns casos, intransigência com algumas críticas, direcionadas ao prefeito e ao “primeiro escalão”, que não raramente redundam em processos judiciais.

Nosso mandatário é sempre recordado da célebre frase, dita no histórico debate eleitoral da rádio 98, “não fez mais que sua obrigação”; esse bordão é sintomático quando abordamos o tópico comunicação, uma vez que foi preponderante para sua eleição, e agora tornou-se motivador para a maioria das cobranças elencadas pelos munícipes.

Passados vinte e sete meses da atual gestão, muitas foram as falas justificando as dificuldades; primeira citação foi acerca do preconceito por serem, prefeito e vice, migrantes; em seguida veio a malfadada herança dos intercalados mandatos de Paulo/Joel, e agora por último, o atraso nos repasses, por parte do governo estadual.

Se justas ou não, fato é, que tornaram-se um discurso inconsistente, incapaz de persuadir esse povo calçadista, desgostoso com as extremas dificuldades que o governo municipal tem em cumprir o básico, haja visto as novelas das pontes, Centro e São Geraldo e os incontáveis buracos de nossas vias.

Vale ressaltar que quando tecemos sobre comunicação, na administração Municipal,  não podemos imputar somente à pasta, secretaria de comunicação, a responsabilidade pela interlocução; haja visto que por vezes, houveram realizações elogiáveis – me vêm à memória o vídeo comemorativo do dia do trabalho em 2018 – um lampejo de brilhantismo, além de outras tantas produções primazes, que passaram despercebidas, ofuscadas pelos “picolés, abacaxis e afins”.

Ultimando os meses, da atual gestão, vemos as pendengas, acerca das CPIs, com negativas de apresentação de documentos, contrariando a propalada idéia de “quem não deve não teme”.

Afora as intempéries enfrentadas pela atual gestão, os percalços seriam suavizados, caso o discurso conservasse a empatia de outrora; porém quando lapsos na comunicação, resulta no desagrado; afinal, o velho guerreiro, nos alertara, com seu humor peculiar, “Quem não se comunica se trumbica”.

Abençoada semana

Graça e Paz

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