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Um aniversário esvaziado

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Amanhã (sete de setembro) festejamos o 196° aniversário da proclamação da independência, dessa Pátria amada mãe gentil; são quase dois séculos de história, já sem a regência dos gajos, mas com traços marcantes, de quem ao longo dos anos, aprendeu o exercício da deturpação.

Nossos patrícios, que aqui aportaram, vieram para explorar essa terra e suas gentes, de forma despudorada e egocêntrica, nascendo assim, uma sociedade desvirtuada, que a julgar pelos recentes episódios, ainda tem um longo caminhar, e parcos são os motivos para nos alegrarmos.

Assistimos atônitos, as chamas consumirem o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, levando consigo, 200 anos de nossa rica história.

Esse lamentável episódio exprime a nossa inobservância com relação à história da Terra Brasilis; culturalmente, é preferível fomentar manifestações artísticas, de sabida mediocridade, a investir na conservação dos museus, incumbidos de preservarem nossa história, que será externada às futuras gerações; passados dois séculos, ainda pecamos substancialmente nas escolhas.

Incontáveis são os traços que mantivemos ao longo do tempo, desde a Colônia, passando pela independência, chegando aos dias atuais, e que esmiúçam o cenário de desesperança dessa gente brasileira.

O pleito que se avizinha, traz consigo um sentimento de frustração, alimentado pelo comportamento dos nossos gestores, que mais se parecem donatários, cujas capitanias hereditárias, são gerenciadas a seu bel prazer.

A corrupção é o mote que norteia as discussões sobre a preferência do eleitorado; a quanto, comparecemos às urnas, com a sensação de votarmos no menos pior.

O grito do Ipiranga, bradado no longínquo 1822, com os firmes dizeres, Independência ou morte, sugeria uma ruptura com a coroa portuguesa, e um novo jeito de ver essa Terra de Santa Cruz, uma esperança em deixarmos o falido modelo de colonização por exploração, para caminharmos rumo ao desenvolvimento, não só econômico-financeiro, mas sobretudo, no que tange aos valores, fundamentais, ética, respeito e dignidade.

Ledo engano, pensarmos que o “simples” ato de nos tornarmos independentes da coroa portuguesa, seria suficiente para a criação de um novo país; sim, o foi, de direito, embora tantas foram as negociações e premissas patrocinadas e impostas por Dom João VI para o reconhecimento formal da nova nação, porém, de fato, tantas são as mazelas, enraizadas desde o período colonial, que faz-nos crer que há um distanciamento gigantesco entre o que somos e o que deveríamos ser, uma Nação de fato, onde impere a “ordem e o progresso”, desejo expresso noutro momento da nossa história, quando nos tornamos uma república federativa.

Enfim, um aniversário esvaziado, tanto pelos escassos motivos para comemoração, quanto pela degradante situação das finanças públicas; tem faltado “vintém” para o básico, quiçá para os festejos.

Ainda assim, cabe parabenizar nossa Pátria, esperançosos de um futuro promissor, somos os protagonistas, incumbidos de dar a ela, os rumos que tanto almejamos, tornando-a, mãe gentil, a exalar justiça social às suas gentes.

Parabéns ó Terra de Santa Cruz, e que os filhos teus, sobretudo os abastados politicamente, a tratem respeitosamente, como mereces, Pátria amada.

Abençoada semana, Graça e Paz

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