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Os gladiadores da Nossa Serrana

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Somos movidos por paixões; o objetivo de cada indivíduo não é primordialmente fazer o bem a outrem nem salvar a própria alma, mas sim, satisfazer seus próprios desejos e vontades, mesmo que para tanto, seja necessário algumas atitudes questionáveis.

O sangue latino nos confere a passionalidade como característica preponderante, e por vezes, nosso agir é ditado pelo emocional, deixando-nos levar pelos sentimentos.

Na história da Nossa Serrana, muitas foram as paixões, que “entreteram” nossas gentes, conferindo momentos de alegrias, risos, comemorações, também houveram lágrimas e tristezas; um sem fim de sentimentos, experenciados nas vitórias e derrotas.

Saudosos idos, quando Juventus e Nacional, rivalizavam no futebol, contendiam pelos corações da pacata Serrana, e quantas são as histórias contadas dessa época gloriosa; também me recordo das gincanas da cidade, sobressaindo o embate entre Palkebra e EterNaMente, motivando nossa juventude numa interação salutar, mas que por vezes, extrapolava a razoabilidade; duas rivalidades, dentre tantas outras, que exemplificam o quão importantes são, para esse povo calçadista, suas paixões.

E quando rememoramos nossos antagonismos, indubitavelmente, o embate político, povoa nosso imaginário, levando-nos à um tempo em que éramos “andorinha ou bodoque”, denominações dadas aos dois principais grupos políticos de então.

A política local sempre teve, como uma de suas características, a passionalidade; por vezes, o eleitorado baseia suas escolhas em subjetividades, o emocional sobrepõe à razão, e votamos com o coração, esquecendo-nos da análise criteriosa dos projetos apresentados pelos postulantes aos cargos públicos.

Assim o foi, assim tem sido; e não raramente assistimos à exacerbação, protagonizada pelos “aficionados”, sobretudo nas redes sociais; cada vivente advogando em favor de seu “personagem” favorito, donde o que menos interessa, são os projetos para o bem da coletividade.

No último sábado, dia 06 de abril, na Arena do Calçado, quando se enfrentavam Serranense e Uberaba, tivemos uma amostra, do quão desabonador, tendem a ser, as condutas dos agentes públicos, que não tomam o devido cuidado de não se emaranhar pelos “ditos” dos apaixonados eleitores.

Numa cena grotesca, presenciada por um sem fim de torcedores, presentes no estádio e plugados na grande rede,  assistimos atônitos a baixeza protagonizada pelo ex-prefeito Paulo César de Freitas, uma das mais importantes figuras da nossa história política, e pelo secretário de Indústria e Comércio, Marco Aurélio Lacerda, proeminente representante da tradicional Família Lacerda; a contenda, que começou no estádio, prosseguiu nas redes sociais, terrenos propícios para tal, com animosidade e desrespeito.

Houveram apresentações de vãs justificativas, a mais esdrúxula dava conta de que o ex-prefeito vestia vermelho, mesma cor do adversário do Serranense. Um espetáculo deprimente, incondizente com a biografia desses respeitáveis senhores. E, salvo engano, não houve manifestação de retratação de nenhuma das partes, seja direcionada ao oponente, seja aos munícipes.

Antecipa-se o embate visando a disputa à chefia do executivo em 2020, e é latente, o quão necessário se faz, a maturidade dos votantes, e principalmente, dos proponentes à assumir tão nobre missão. Que a razoabilidade e o discernimento, permeiem as futuras escolhas dessa gente calçadista.

Abençoada e Santa semana

Graça e Paz

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