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Hora do choque de realidade

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O país foi às urnas munido de esperança ante tempos sombrios na área econômica, e incertezas no que tange à nossa capacidade de enfrentamento das diversas demandas, além da ojeriza à grande parte dos homens públicos, que bradam, nos “representar”.

Numa eleição marcada pela polarização, o capitão da reserva Jair Bolsonaro chega ao poder com o desafio de unir a Nação, e enfrentar uma extensa lista de carecimentos inadiáveis; com 55% dos votos válidos, totalizando aproximados 58 milhões de eleitores, ao passo que 88 milhões de brasileiros optaram por não votar no Capitão, dividindo-se entre Haddad, votos brancos ou nulos, ou simplesmente, o não comparecimento às urnas.

Eleito na esteira da insatisfação com as velhas práticas políticas que converteram o Congresso em reduto de investigados por corrupção, Bolsonaro chegou ao Planalto demonizando a política, os partidos e regras consagradas do jogo parlamentar. Agora, terá de governar com as forças por ele ignoradas; até aqui o maciço apoio popular foi suficiente para alça-lo ao cargo máximo da Nação, mas o proveito de sua empreitada, passa pelo crivo e o bom relacionamento com o Congresso Federal.

Desprezando as cúpulas partidárias, praxe ao longo da campanha, ele tentará programar sua agenda legislativa com novatos e setores periféricos da Câmara e do Senado. Poderá obter êxito no primeiro momento, enquanto durar a lua de mel com o eleitor. No longo prazo, porém, as dificuldades para implementar reformas impopulares submeterão o presidente ao poder inexorável da realidade.

Bolsonaro já iniciou um movimento de aproximação com as bancadas de partidos como o DEM de Rodrigo Maia e o PSD de Gilberto Kassab. É imprescindível, a boa relação entre os poderes, na busca pela resolução das infindas urgências nessas terras tupiniquins, sem que para tanto, o famigerado toma lá dá cá, permeie as negociações.

Sob refletores, ou nas plataformas digitais, ao seu melhor estilo, renovará a promessa de expulsar os vendilhões do templo. Longe dos holofotes, ver-se-á sujeito a acordar com os pecadores a aprovação de suas reformas no Congresso, a começar pela indigesta reformulação previdenciária.

Na montagem de seu staff, Jair Bolsonaro confirmou até agora apenas quatro futuros ministros; para os cargos mais relevantes, ele ratificou o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-DF), articulador político da candidatura, na Casa Civil e o economista Paulo Guedes, que na campanha recebeu a alcunha de “Posto Ipiranga”, ocupará o super ministério da economia , englobando as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio; já o general da reserva do Exército Augusto Heleno, ocupará o Ministério da Defesa, enquanto o astronauta Marcos Pontes, será nomeado ministro de Ciência e Tecnologia.

O presidente eleito se comprometeu a montar o alto escalão de sua administração com nomes técnicos, sem os malvistos compromissos político-partidários. Por outro lado, se cercou de aliados e consultores em diversas áreas que passam, automaticamente, a serem cotados para a composição do governo; o juiz Sérgio Moro, será convidado a participar da nova gestão, ocupando a pasta da justiça ou uma cadeira no STF.

Ao candidato derrotado, Fernando Haddad, resta o consolo da obtenção de uma expressiva votação, mais de 47 milhões de brasileiros, porém muito aquém dos últimos resultados obtidos por seu partido, que, experiencia expressivas quedas na preferência do eleitorado a cada pleito, muito em função do desgaste de sua estrela maior, Luis Inácio Lula da Silva.

A cada fato novo, o Lula mitológico, a “ideia”, fruto de uma construção político-religiosa, vai virando um personagem de carne e osso. Perde a aura de vítima. Vira um político tradicional, suspeito de tudo o que é mais execrável na classe, o apego ao poder, e à qualquer custo, levando à atitudes desabonadoras.

Na sucessão de 2022, sua veneranda figura acumulará uma existência de 77 primaveras. E continuará inelegível. Lula tornou-se um líder político com um enorme passado pela frente, um paradoxo para o PT, que vê-se obrigado a se reinventar, sob pena de um retraimento ainda mais acentuado caso não o faça.

Enfim, é imperativo que unamo-nos pelo bem comum; passada a peleja eleitoral, é hora do choque de realidade, o “mito” tem uma missão dificílima pela frente, e só obterá êxito, se a legião que o levou ao Alvorada, permaneça de forma fidedigna ao seu lado, sabedora de que agora começa a batalha de fato: colocar a Nação nos trilhos.

Abençoada semana, Graça e Paz

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